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A Morte de Uma Igreja

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O continente europeu abriga uma larga parcela da história do mundo civilizado. 

 

As cidades européias estão repletas de curiosidades que enchem os olhos dos turistas e preenchem álbuns e mais álbuns de fotografias profissionais e amadoras. Dentre as cidades da Europa, uma pequenina comunidade tem já há quatro séculos atraído pessoas de todas as partes do mundo. A atração que fica na pequena cidade de Évora é algo diferente das atrações turísticas comuns: uma igreja construída no século XVII e revestida por ossos de mais de cinco mil pessoas. Uma igreja feita de pessoas mortas. Uma comunidade ossuária. Milhares de pessoas adentram a estranha igreja todos os dias.

 

Ainda na Europa, em Roma pode-se encontrar mais uma igreja construída entre os anos de 1500 a 1870 também com ossos humanos. Em estilo barroco e rococó. Esta igreja em Roma é revestida dos ossos de quatro mil freiras católicas. É também uma atração turística para pessoas que transitam pela Europa e passam pela histórica Roma.

 

Já a igreja de San Bernardino alle Ossa, em Milão, parece um templo como qualquer outro, tanto externa como internamente, não fosse o fato de suas catacumbas abrigarem ossadas do século 13, dispostas em forma de crucifixos.

 

Ainda falando sobre templos construídos ou revestidos com ossos de pessoas, acha-se em um subúrbio da cidade tcheca de Kutna Hora, a capela de Sedlec, que semelhantemente às outras já mencionadas, é feita com os ossos de cerca de 70 mil pessoas. Dos adornos que envolvem as paredes aos arcos e portas, tudo na igreja que foi erguida a partir do ano de 1511 é feito com os restos de cidadãos, homens e mulheres que morreram na região.

 

Na Polônia, a mais antiga das igrejas de ossos foi erguida a partir de 1176 na cidade de Kudowa-Zdrój, com restos de combatentes mortos em guerras. Os próprios padres e monges da região deram início à construção da capela, e são seus ossos que ocupam a parte mais importante da nave central e do altar.

 

É incrível que uma igreja feita com pessoas mortas tenha a capacidade de chamar a atenção e atrair tanta gente. E mais interessante ainda é o fato de pessoas se sentirem motivadas para edificar igrejas com essa aparência e com esse tipo de material. Embora o tipo de coisa que temos falado seja fato e não ficção, ele pode nos fornecer uma questão para traçarmos um paralelo. Será que não há em nossos dias igrejas que embora se denominem cristãs são formadas por pessoas mortas? Embora jamais permitamos que nossos templos sejam edificados com material obtido a partir do óbito de pessoas, será que quando adentramos um templo para adoção a Deus não estamos rodeados por pessoas que espiritualmente jazem na frieza da morte?

 

A existência de igrejas formadas por gente morta tem-se revelado comum entre todas as culturas civilizadas nestes últimos séculos, especialmente nos países de cultura cristã.

 

Na sua terceira viagem missionária Paulo chegou a Éfeso, ali encontrou um grupo de uns doze irmãos aos quais perguntou: “Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?” e a resposta imediata foi: “Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo”. Concordo com John Stott quando ele afirma que o que levou o apóstolo a fazer essa pergunta tão delicada foi o fato evidente de que aqueles discípulos não tinham características de cristãos . No mundo atual muito se fala sobre o Espírito Santo, igrejas realizam eventos como retiros espirituais visando levar os crentes a “receberem” o Espírito. Enfim, talvez nunca se tenha falado tanto sobre a terceira pessoa da Trindade e é possível também que o mundo cristão nunca tenha vivido tão distante Dele. O tipo de ação que as pessoas querem receber do Espírito nem sempre é o mesmo que Ele quer dá a elas.

 

A súplica ‘Espírito Santo volta pra tua igreja’ pode parecer absurda para alguns crentes, uma vez que o Espírito não deixou de habitar os cristãos verdadeiros. Mas há um problema muito sério tratado sem o devido valor em nossas congregações. É a questão do mundanismo que está cada vez mais influenciando o modo como nossas igrejas vivem. Jesus disse que o mundo não pode receber o Espírito, por isso podemos afirmar que se os crentes derem lugar ao mundanismo em seus corações (como se tem visto), eles perderão a habitação do divino Espírito, pois se tornarão mundo e o mundo não pode receber o Espírito!

 

Olhando a igreja cristã atual, especialmente aqui no Brasil, temos a triste impressão de que o Espírito de Deus não está nela; pelo menos não na proporção que já esteve em outros tempos. Tal argumento fundamenta-se no fato de que temos visto inumeráveis adesões todos os dias em muitas congregações, mas não temos assistido mudanças significativas ou palpáveis nas vidas dessas mesmas pessoas que têm ido à frente respondendo aos convites evangelísticos que são feitos.

 

Adesão por uma igreja denominada cristã está cada vez mais comum; entretanto, conversão está cada dia mais raro. Jesus disse que quando o Espírito viesse convenceria o mundo da justiça, do pecado e do juízo. Da justiça, para mostrar que há um padrão que o homem morto em sua vida vil jamais conseguirá atingir; do pecado, para fazer o pecador ver o quão merecedor ele é da ira divina com todo o seu rigor; do juízo, para mostrar que o homem tem diante de si um iminente julgamento que poderá condená-lo aos castigos eternos. Essa obra do Espírito tem o poder de gerar temor no coração do pecador, temor que o leva a cair de joelhos diante do Salvador e suplicar: pequei Senhor, misericórdia!

 

Observa-se uma ausência contínua de consciência de pecado e normalmente é assim que muitos supostos crentes vivem. Pecam como se não houvesse pecado. Não há temor de Deus nos homens. A degradação moral mistura-se a banalização de tudo o que é espiritual e nessa ruptura do cristianismo autêntico banalizam-se tudo o que é divino. Precisamos urgentemente de um autêntico avivamento que renove dentro das igrejas o temor a Deus e os valores morais cristocêntricos e esse avivamento não virá como consequência de campanhas, congressos ou seminários, mas virá como resultado do retorno do Espírito de Deus aos púlpitos que se esfriaram e aos corações que se desviaram! Por isso suplicamos: Espírito Santo, volta pra tua igreja!

 

Por Missionário Rosivaldo

* As opiniões expressas nos textos publicados são de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores

e não refletem, necessariamente, a opinião do Gospel Minas.

 

 

 

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