Em um dos trechos, ele fala a judeus que a segurança de Israel será prioridade
Washington. O senador Barack Obama deu um grande passo para se tornar o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos ao derrotar a ex-primeira-dama Hillary Rodham Clinton na disputa pela indicação do Partido Democrata em meio a promessas de esperança e de mudança para os americanos cansados da turbulência econômica e de anos de guerra.
Com a vitória, Obama enfrentará nas eleições presidenciais de novembro o candidato republicano John McCain. A disputa será uma mistura de choque de gerações com debate sobre o Iraque. Obama, 46, é contra a guerra; McCain, 71, foi prisioneiro durante a Guerra do Vietnã e é um partidário das atuais intervenções militares americanas no Oriente Médio e na àsia Central.
Obama, em um dos seus primeiros pronunciamentos após a vitória ontem, criticou a política externa do presidente George W. Bush, em um discurso a ativistas políticos judeus em Washington. Segundo ele, a Guerra do Iraque deixou o Irã mais forte e Israel menos seguro.
Obama ligou seu rival republicano John McCain às políticas da administração Bush para o Oriente Médio, que Obama descreveu como “desastrosas”. O discurso foi feito para sete mil pessoas no Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos e Obama disse que, se eleito presidente dos EUA, jamais tergiversará quando a segurança de Israel estiver em perigo.
Senador em primeiro mandato, desconhecido nacionalmente quatro anos atrás, Obama derrubou uma das mais influentes famílias do cenário político americano. Clinton, que tentou ser a primeira mulher a chegar à Casa Branca, foi vista durante muito tempo como a candidata inevitável do partido.
A vitória de Obama nas primárias democratas também representa um marco para um país onde, há apenas algumas décadas, a discriminação racial era generalizada e os negros precisavam ir à luta para conseguir o direito de votar.
Hillary. Hillary elogiou Obama durante um comício em Nova York, mas não reconheceu a vitória do rival nem ofereceu nenhuma espécie de concessão. Ao invés disso, a ex-primeira-dama disse que não tomaria uma decisão por enquanto. Obama também elogiou Hillary, de quem precisará de ajuda para vencer as eleições. A disputa pela indicação expôs as divisões do partido. A situação levou alguns líderes democratas a falarem sobre o que chamaram de “a chapa dos sonhos”, com Obama para presidente e Hillary como vice.
Fonte: O Tempo