A defesa dos líderes da Igreja Renascer Apostólica Renascer em Cristo entrou com pedido de hábeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de liminar, em favor de Estevan Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes. Eles pedem a suspensão de pedido de extradição do casal de religiosos, solicitado pelo Brasil aos Estados Unidos, onde também possuem residência. Acusados de lavagem de dinheiro praticado por meio de organização criminosa, os representantes legais do apóstolo e da bispa sustentam que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao se mostrar favorável à extradição, contrariou o que determina o Acordo de Extradição entre Brasil e EUA, segundo o qual o crime de lavagem de dinheiro não é passível de extradição.
Em janeiro do ano passado, os líderes da Renascer foram presos no aeroporto de Miami tentando entrar nos EUA com 56 mil dólares não declarados. Parte do dinheiro estava escondida numa Bíblia. Os dois foram sentenciados a um ano de prisão cada um, pena que vem sendo cumprida alternadamente. A imagem dos religiosos com tornozeleiras de sinalização que monitoravam todos os seus passos correu o Brasil. No momento, é Sônia que está detida, após a libertação do marido. No entanto, os dois ainda devem cumprir um período de prisão domiciliar e liberdade condicional em terras americanas, onde têm residência. Perante a Justiça de São Paulo, onde moram no Brasil e fica a sede da igreja, os Hernandes respondem a processo por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e estelionato. O Ministério Público investiga também a formação de uma organização criminosa com o dinheiro doado pelos fiéis de denominação. Mais três sócios do casal respondem a processo.
A defesa argumenta que o pedido de extradição, apresentado pela 1ª Vara Criminal de São Paulo e mantido tanto pelo Tribunal de Justiça daquele estado quanto pelo STJ, deve ser suspenso e, posteriormente, revogado, por não apresentar fundamentação legal, tendo em vista a cassação do decreto de prisão preventiva contra Estevan e Sônia. O temor dos advogados do casal é de que, tão logo pisem em território brasileiro, os Hernandes sejam novamente presos, julgados e condenados. As penas pelos crimes supostamente cometidos, somadas, podem chegar a dez anos.
Desde janeiro do ano passado, quando começou sua estada forçada nos Estados Unidos, os líderes da Renascer têm comandado a igreja de lá mesmo. Freqüentemente, mensagens e pregações gravadas em vídeo são exibidas nos cultos. A situação dos dois líderes costuma emocionar os fiéis – boa parte deles defende o casal, dizendo que são vítimas de perseguição religiosa. Em diversas ocasiões, membros da Renascer promoveram atos públicos de desagravo aos seus líderes. O próprio Estevan já se comparou ao apóstolo Paulo, célebre personagem do Novo Testamentos que, nos primórdios do cristianismo, sofreu intensa perseguição por parte das autoridades romanas por pregar o Evangelho.
Fonte: Cristianismo Hoje