O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometeu-se com a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, do Rio, a encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei que tornam mais rigorosas as punições envolvendo casos de perseguição religiosa. Um dos segmentos acusados por religiões de matriz afro são grupos evangélicos, com destaque para a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Lula participou, na quinta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, da cerimônia de inauguração do monumento a João Cândido Felisberto, conhecido como o Almirante Negro. Felisberto foi líder da Revolta da Chibata, de 1910, contra o Código Disciplina da Marinha brasileira, que previa chibatadas e outros castigos aplicados contra marinheiros.
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa pede, em documento alcançado ao presidente Lula, que o governo federal proíba o patrocínio de organismos da União e estatais a veículos de comunicação que incentivam a intolerância religiosa, fiscalize a aplicação da lei que obriga o ensino da História da África nas escolas e o cumprimento da Lei Caió, que prevê a aplicação de penas para casos de racismo e intolerância religiosa.
O documento entregue a Lula afirma que agressões verbais e físicas são cotidianas contra religiosos de matriz africana. Integram a Comissão representantes do Candomblé, da Umbanda, de igreja Presbiteriana, da Igreja Católica e da Federação Israelita.
Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o número de brasileiros que se declararam umbandistas (432 mil) diminuiu em relação ao Censo de 1991, quando somavam 542 mil pessoas.
Texto escrito e retirado da agência de notícias ALC:
“Hoje, existem pessoas se escondendo de sua fé por causa da intolerância religiosa”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Templos de Umbanda e Candomblé (Abratu), Guimarães de Ogum, em entrevista para o jornal o Estado de São Paulo. “Existem casos de templos que são invadidos por evangélicos e quando ele (o umbandista) vai à delegacia, acaba sendo alvo de gozações”, acrescentou.
O sociólogo Flávio Pierucci, livre-docente da Universidade de São Paulo, declarou ao jornal paulista que a diversidade religiosa não tem crescido com a liberdade religiosa.
Fonte: Gnoticias