Indignação e repúdio foram palavras utilizadas pelo deputado José Bruno (DEM) durante seu pronunciamento, na Assembléia Legislativa, sobre as polêmicas cenas da novela Duas Caras, da Rede Globo, que retrataram os evangélicos como “loucos, violentos, irracionais e fanáticos”, conforme descreveu o parlamentar durante o grande expediente na tarde do dia 19 de março.
Para o deputado, os evangélicos sempre são apresentados na mídia como alienígenas, especialmente em novelas e minisséries onde a visibilidade é grande, aparecendo como pessoas marginais na sociedade.
“É com tristeza e pesar que venho a essa tribuna para, mais uma vez, defender uma classe que tem sido sistematicamente achincalhada, ofendida e perseguida em nosso país”. Com essa frase o deputado iniciou seu discurso que durou 10 minutos e enalteceu o trabalho que os evangélicos realizam, muitas vezes, em lugar do poder público.
“São essas pessoas desprezadas pela mídia que entram em lugares onde o Estado não entra, que fazem o trabalho que muitos não querem fazer, como cuidar dos marginalizados e recuperar os viciados. São homens e mulheres que não cobram nada, mas realizam a obra de Deus com amor, em lugar de toda uma sociedade”, enfatizou. “O que seria do poder público não fosse esse braço forte e atuante que faz assistência social em nosso país?”, questionou.
Utilizando matéria publicada pela revista Veja, sob o título “Fogueira Santa”, o deputado afirmou que esse tipo de polêmica sempre é veiculado na época da Marcha para Jesus, megaevento que acontece no dia 22 de maio, e que reúne todas as igrejas evangélicas de São Paulo. “Desde que me converti, em 1977, nunca vi qualquer tipo de manifestação positiva sobre os evangélicos. Mas com a proximidade da Marcha, a situação fica ainda pior, com o claro objetivo de esvaziar o maior evento cristão do mundo”, disse.
O deputado José Bruno lembrou ainda que qualquer um que se levanta para defender seus valores é tachado como retrógrado, atrasado e ultrapassado. “Sempre querem nos desqualificar”, afirmou. “Eu creio e prego que esse país tem jeito! Isso porque existem homens e mulheres lutando por uma obra que transcende o natural”, completou.
O parlamentar afirmou também que vai à Comissão de Direitos Humanos da Alesp e ao Ministério Público pedir providências contra “essa perseguição sistemática que o povo evangélico vem sofrendo”. Para ele, tanto a emissora quanto o autor da trama devem se retratar perante o público evangélico.
Fonte: Jornal Poder