Os estoques de sangue nos hemocentros do Estado estão comprometidos pela falta de doadores. Em Belo Horizonte, as doações dos tipos O positivo e negativo, que são mais procurados, apresentam queda de 70%.
A média no Estado é de diminuição superior a 50%. Segundo o coordenador do hemocentro da capital, Carlos Henrique Vieira, se esse ritmo continuar, as cirurgias eletivas, que são marcadas com antecedência, podem ser adiadas. “No mês de maio tivemos dois feriados prolongados.
Diminui o número de pessoas doadoras e ao mesmo tempo aumenta a demanda por sangue por causa do grande índice de acidentes”, explicou.
Segundo ele, a média de candidatos a doadores que procuram a unidade de Belo Horizonte é de 400 pessoas por dia. Mas nas últimas duas semanas caiu para menos de 200.
Outras questões que fazem diminuir mais o estoque de sangue disponível para transfusão são as exigências determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. As normas impedem a doação por homens que fizeram sexo com outros homens nos últimos 12 meses, por pessoas que aplicaram piercing, fizeram tatuagens ou utilizaram drogas injetáveis,também no período de um ano.
Movimentos que lutam pelos direitos dos homossexuais levaram o caso à Justiça, dizendo que existe preconceito e homofobia na norma. Eles alegam que a literatura médica descarta a existência de grupos de risco para transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
Conseguiram uma liminar, mas a Anvisa ganhou recurso e a norma continua valendo.
Carlos Henrique Vieira admite que essas exigências inibem a participação de mais pessoas que seriam potenciais voluntários, mas defende as restrições. “São cuidados que temos que tomar para evitar a propagação de doenças”, disse.
As doações podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 7h às 21h, e aos sábados, das 7h às 18h. Agendamentos, 0800 31 01 01.
Fonte: O Tempo