Ortodoxos, protestantes, anglicanos e católicos de antigas confissões reuniram-se semana passada em Lyon, na França, para discutir os rumos do ecumenismo na Europa. Oitenta participantes de vinte e três países fizeram parte da Conferência do Futuro, juntamente com sociólogos, comunicadores e representantes de diversas instituições religiosas e sociais européias. O encontro foi um evento preparatório para a 13ª Assembléia da Conferência das Igrejas Européias (CIE), que acontecerá naquela cidade francesa em julho de 2009.
“Foi uma experiência nova e criativa para a CIE,” disse a secretária da Assembléia, Smaranda Dochia. “Uma oportunidade para a CIE de hoje se colocar a si própria na mesa de discussão, estabelecendo visões para o seu futuro.” Entre os desafios mencionados durante as discussões estavam a necessidade para um testemunho eficaz das igrejas na esfera pública, assim como encontrar uma “voz profética” em tempos de mudança e assim abordar questões como a secularização, o individualismo crescente, o ressurgimento do nacionalismo e regionalismo extremistas e o alargamento do fosso entre ricos e pobres. Temas da agenda atual como alterações climáticas, migração e novas questões éticas também estavam na pauta dos religiosos.
Como formas de enfrentar os desafios e cumprir as visões, os participantes referiram à necessidade de promover a cooperação ecumênica e diálogo inter-religioso. A intenção de envolver toda a cristandade no processo – inclusive os evangélicos e os católicos romanos – também foi abordada. Ficou estabelecido que a CIE será o fórum onde questões desafiantes e divisórias podem ser discutidas, envolvendo os membros-base das igrejas, trabalhando para a integração do continente para além União Européia e criando elos de solidariedade com todas as regiões do Mundo. Uma das principais plataformas será a adoção de um único corpo ecumênico na Europa, com o reconhecimento do batismo e a partilha da Eucaristia entre todas as igrejas, bem como a construção de pontes sólidas com as comunidades muçulmanas.
“À medida que a CIE se prepara para celebrar o 50.º aniversário, nós estamos determinados a construir para o futuro, a fim de que a entidade possa continuar a ser um agente essencial no panorama ecumênico europeu,” enfatizou Colin Williams, secretário-geral do órgão. “A Conferência do Futuro pôde ajudar-nos a moldar a nossa visão para as próximas décadas. Devemos agora edificar sobre ela em preparação para as decisões que devem ser tomadas no ano que vem”, antecipa.
Fonte: Cristianismo Hoje