MARANHÃO – Se dependesse tão somente dos evangélicos, a venda de pescados não aumentaria tão bruscamente na semana santa. Isso porque, durante este período, os costumes de tal segmento religioso se diferem dos católicos.
Além de não praticarem a abstinência da carne, como aconselha a Igreja Católica, os rituais evangélicos não são uniformes. Eles variam de congregação para congregação. Mas tudo em função de uma coisa: celebrar e manter viva a lembrança da vitória de Cristo na cruz.
Segundo o Pastor Antonio Martins Sousa Brito, da Igreja Batista Luz e Vida, é preciso tomar cuidado para que o sentido da Páscoa não seja algo pontual ou enfatizado apenas no momento do feriado. Para ele, a ausência da carne no cardápio desta semana é desnecessário. “Os evangélicos não fazem esse tipo de abstinência porque o que aconteceu no Velho Testamento é apenas simbólico. Não devemos tentar desenvolver o sentido religioso somente nesta época festiva”, comenta. E a celebração de tal verdade para esta parte dos cristãos é feita, geralmente, no culto do domingo, pela manhã ou à noite, conforme a organização da igreja.
A prioridade é sempre trazer à mente a libertação que o sacrifício de Jesus trouxe aos homens. Como na Páscoa do Antigo Testamento – em que era necessário um cordeiro para remissão dos pecados – Jesus veio para libertar o povo vez por todas do pecado, assim como Moisés foi usado por Deus no Egito para tirar o povo da escravidão. Segundo o Pr. Brito, o enfoque dos evangélicos é na ressurreição e não na morte de Cristo. “O que aconteceu com Jesus não foi surpresa, já estava escrito na Bíblia. Para nós, o Senhor Jesus não está morto. Ele está vivo!”, exclama.
Durante a Semana Santa, geralmente, as igrejas evangélicas têm programações, como congressos ou evangelismos, nos quais os membros saem a convidar pessoas para ouvir sobre Jesus. As Batistas, por exemplo, reúnem os jovens em um congresso da Juventude Batista Maranhense (Jubama). Este ano, a trigésima sexta edição do evento agregou mais de mil pessoas, na cidade de Santa Inês. “É um tempo em que o jovem é edificado na fé. Existe também a parte de recreação, de esportes, para estreitar a comunhão e envolver os jovens”, cita o pastor Brito. Apenas a sua congregação levou uma caravana com cerca de cinqüenta pessoas para aquela cidade.
Em congregações mais ortodoxas, há evangélicos que se recusam a comer ovos de chocolate. No entanto, a tradição cristã vem sendo mais permissiva quanto à questão.
Fonte: O Imparcial