Familiares de Maria de Lourdes da Silva, 67 –morta no desabamento do teto do templo da Renascer após sofrer politraumatismo–, anunciaram que vão processar a igreja por negligência. “Eles [os líderes] sabiam do perigo e não investiram para melhorar a construção. Aquele céu pintado no forro só servia para esconder o inferno que estava por trás”, disse a filha da vítima Maria de Fátima da Silva, que não é evangélica.
A aposentada Maria de Lourdes participava do coral da igreja e pegava dois ônibus para ir ao templo, todo domingo. “Ela não deixava ninguém falar mal dos bispos e ofertava 20% de sua aposentadoria mensal. O que nos revolta é que ela contou que parte do gesso já tinha caído, mas a igreja não foi fechada. Era um aviso”, afirmou a filha.
A igreja pagou os custos do velório e do enterro, mas os parentes querem indenização. “Não é pelo dinheiro. Sabemos que o valor não será grande, mas temos de fazer alguma coisa. A nossa mãe era a base da família”, disse a filha Vera da Silva.
A decisão foi anunciada ontem, durante evento organizado pela Associação de Preservação do Cambuci e Vila Deodoro para divulgar um abaixo-assinado que pede à prefeitura a desapropriação do terreno da Renascer. Os moradores querem transformá-lo em centro cultural.
Procurada, a igreja afirmou que não comentará o caso até o término das investigações.
O desabamento do teto da igreja, no último dia 18, deixou nove mortos e uma centena de feridos.
Fonte: O Verbo