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Grifes evangélicas lucram com público segmentado


Peças direcionadas evitam decotes,
transparências e saias curtas. É preciso conhecer o público alvo,
aconselha especialista.

Em meio ao competitivo mercado da moda, a confecção de
Fabrício Guimarães Pais tem visto sua produção crescer cerca de 20% a cada ano.
O segredo do empresário foi encontrar o público certo.

Depois que mudamos para moda evangélica, nosso
faturamento aumentou de forma considerável, diz Pais, diretor da Kauly
Moda Evangélica, instalada no Brás, tradicional centro de compras da capital
paulista, e que hoje fabrica 30 mil peças por mês e lança de 100 a 200 modelos
diferentes em cada coleção.


Fabrício Pais, diretor da Kauly Moda Evangélica, que, no início, vendia apenas modinha (Foto: Anay Cury/G1)

Assim como Pais, empresários do ramo de confecção têm
investido cada vez mais na moda evangélica, atendendo à mulher que antes tinha
de procurar em lojas não especializadas roupas que correspondessem ao estilo
exigido pela maioria das igrejas: mais comportado, porém, não menos
sofisticado.

A gente conseguiu achar esse mercado, que é um mercado
inovador, que muita gente procurava essa moda, mas que quase ninguém fabricava.
Um pouco, acho, por medo. (…) Todo mundo tem um pouco de medo de fazer um
foco só, direcionado, e a roupa não vender. No nosso caso, poderia ter dado
tudo errado, conta Pais.

Nas mãos dessas confecções brasileiras, o que poderia ser
encarado como limitação se transforma em estímulo para criar peças cada vez
mais modernas, sem deixar de obedecer às regras de vestimenta dos evangélicos,
que, embora tenham algumas variações, dependendo da igreja, vetam calças,
decotes e transparências. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, com
base no Censo de 2000, a população de evangélicos do país era de 26,18 milhões.

Outros empresários viram na necessidade da própria família
uma oportunidade de negócio. Sabendo que a principal queixa das mulheres era
encontrar roupas adequadas às exigências, mas com estilo, Laerte de Oliveira
Tolentino entrou no ramo de moda evangélica e viu sua equipe crescer de 20 para
250 funcionários diretos e indiretos em dez anos. Dono das grifes de moda
evangélica Applausos e Via Toletino, de Maringá, no interior do Paraná, o
empresário agora tem planos de expandir seus negócios, melhorando seus pontos
de venda, que hoje estão mais concentrados nas regiões Sul e Sudeste, e na
qualidade dos produtos.

A necessidade de segmentação vem se intensificando nos
últimos anos. As mulheres evangélicas tinham muita dificuldade para conseguir
roupas no estilo que precisavam e desejavam, porque a mulher evangélica também
quer ficar bonita, na moda, quer frequentar os cultos bem vestidas. Ser vaidosa
não é negativo, diz Selma Felerico, coordenadora da pós-graduação na área
de Comunicação da ESPM, especializada em estudos sobre o público feminino.

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Fonte: G1

Thalles Brandão

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