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Há realmente uma epidemia de gripe?

Por Matthew Cullinan Hoffman, GUADALAJARA, México) –  Será que a pandemia global de gripe de 2009 poderia ser um alarme falso? Cada vez mais as evidências mostram que a resposta é “sim”.

Debaixo das manchetes histéricas que sugerem uma ameaça crescente da chamada “gripe suína”, os dados procedentes da Cidade do México e fontes internacionais estão indicando que, na realidade, poderia-se atribuir a “epidemia” inteira a nada mais do que uma interpretação incorreta de estatísticas e casos médicos por parte do governo mexicano.

Nas últimas 24 horas, as autoridades sanitárias do México revisaram de forma dramática os números de mortalidade da doença.

Embora cite quase 170 mortes “suspeitas” possivelmente atribuíveis à nova variante da “gripe suína”, o governo nunca comprovou mais de 20 casos.

Agora, depois de um exame mais minucioso desses 20 casos, o governo revisou os números, confessando que há só 12 mortes comprovadamente ligadas ao vírus no México inteiro, de um total de apenas 260 casos verificados. Contudo, não se sabe quantos casos ocorreram que não foram registrados, de pessoas que nunca foram hospitalizadas.

Embora o número de mortes “suspeitas” possa parecer alarmante, é realmente muito pequeno em comparação com o número de mortes totais de gripe que ocorrem anualmente no México.

Aliás, o governo mexicano relata que há uma média de 20 mil mortes por pneumonia no México anualmente. A gripe normalmente mata suas vítimas provocando pneumonia.

As declarações alarmistas proclamadas histericamente pelos grandes meios de comunicação também contrastam fortemente com a total falta de mortes de não mexicanos devido ao vírus. Embora a doença tenha aparecido em vários países, só uma pessoa fora do México morreu dela — um menino mexicano que cruzou a fronteira para o Texas, EUA, com sua família para visitar parentes.

Agora, especialistas americanos estão começando a dizer publicamente que a doença identificada na imprensa como “gripe suína” não parece ser mais mortal do que os outros vírus de gripe.

De acordo com cientistas citados hoje pelo jornal Los Angeles Times, o número de mortos pelo vírus provavelmente não será pior do que a média do que ocorre durante os invernos.

“O vírus não tem nem de longe a capacidade de matar como o vírus de 1918”, disse ao LA Times o virologista de gripe Richard Webby, referindo-se a uma epidemia de gripe que matou 50 milhões de pessoas no mundo inteiro no fim da I Guerra Mundial.

“Há certas características, assinaturas moleculares, que faltam a esse vírus”, disse ao jornal o microbiólogo e especialista em gripe Peter Palese.

“De modo particular, a gripe suína tem falta de um aminoácido que parece aumentar o número de partículas virais nos pulmões e tornar a doença mais mortal”, acrescentou o LA Times.

O deputado federal americano Ron Paul, que é também médico, divulgou uma declaração em vídeo denunciando a histeria em torno da chamada “pandemia”.

Paul observa que um alarme falso em torno da “gripe suína” em 1976 resultou em 25 mortes nos EUA — provocadas não pelo vírus, mas pela apressada campanha de vacinação lançada pelo governo. O resultado mortal provocou o cancelamento da campanha.

Só Paul e outro deputado, também médico, votaram contra a campanha de vacinação, disse Paul.

“Aí vamos nós, mais uma vez. A gripe suína aparecendo e todo mundo entrando em pânico”, disse Paul.

“Os EUA não tinham tido nenhuma morte”, acrescentou ele. “Mas há sete ou oito casos em Nova Iorque. Nenhum foi hospitalizado. Entretanto, é praticamente como se todos nós tivéssemos sido atacados por armas nucleares. Quero dizer, as entrevistas coletivas à imprensa no final de semana, a preocupação principal do Ministério de Segurança Nacional… Espere aí, como é que o Ministério de Segurança Nacional entrou nesse negócio médico? Estão agindo como se a situação estivesse totalmente fora de controle”.

Qualquer que seja a razão exata para o elevado índice de mortes atribuídas à gripe no México, cada vez mais parece que a maioria das vítimas pode ter sofrido de variantes da gripe comum, não a exótica “gripe suína” que, em qualquer caso, parece não ser mais mortal do que as outras.

Contudo, os avisos do governo provocaram pânico em todo o México, principalmente na capital da nação e na cidade de San Luis Potosi, onde alguns casos foram detectados.

Restaurantes e outros negócios receberam ordens de fechar as portas, missas foram canceladas e as pessoas foram avisadas para ficar em casa e evitar aglomerações. A economia está sofrendo de forma significativa.

Embora as pessoas em toda a Cidade do México e outras cidades estejam usando máscaras para evitar infecção, ninguém as está usando no Ministério da Saúde do México, de acordo com o jornal El Pais. Eles reconhecem que as máscaras pouca proteção dão a quem as usa, e que o governo as distribuiu apenas para acalmar os temores do povo.

O pânico espalhou até para regiões que não foram afetadas pelo vírus. Apesar do fato de que nem um único caso de infecção do vírus foi comprovado no estado inteiro de Jalisco, uma percentagem considerável do povo está transitando com máscaras para se protegerem na capital de Guadalajara.

Traduzido e adaptado por Julio Severo

Com informações de O Verbo

Fonte: Gospelminas.com

Thalles Brandão

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