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Igreja católica também aceita dízimo pago com cartão

A Catedral de Ribeirão Preto vai usar máquina de cartão de crédito para receber pagamento de casamento, batizado e até dízimo. No domingo, após a última missa das 19h, o padre Francisco Zanardo Moussa vai benzer o equipamento, que entra em uso no dia seguinte. 

Até então, a única opção era depositar o dinheiro numa caixa de ferro, com cadeado, na entrada do templo.

É a primeira igreja a instalar o sistema on-line em Ribeirão, comenta padre Chicão, como é conhecido. Pode ser a primeira no Brasil também.

A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) não tem conhecimento do uso desse tipo de equipamento no país, nem a arquidiocese de São Paulo, com 284 paróquias, segundo as respectivas assessorias de imprensa.

Na arquidiocese de Ribeirão, o contador Caetano Marquese afirma não ter conhecimento de que alguma de suas 84 igrejas utilize a máquina de cartão de crédito.

Na missa, não

Padre Chicão afirma, no entanto, que a máquina não será usada nas missas, mas apenas na secretaria da igreja, em horário comercial. “Se colocasse na missa, a cerimônia perderia o sentido da eucaristia e passaria a ser comercial”.

De acordo com o pároco, que cursa o terceiro ano de Administração de Empresas, a instalação das máquinas está dentro de um processo de melhoria no atendimento paroquial. “É para facilitar a vida dos fiéis; eles perguntam se não podem pagar com o cartão”.

Hoje, a Catedral tem 800 dizimistas fiéis. O dízimo é uma proposta bíblica que a pessoa cumpre se quiser, diz padre Chicão. “Se você oferece para a comunidade, no sentido de despojamento e disponibilidade, recebe os sinais de Deus em troca”.

O padre não comenta quanto a igreja recebe em dízimo. Mas diz que não é suficiente para pagar despesas fixas, como os nove funcionários e a energia. “Fazemos festas e rifas para completar”.

Ele também não comenta o valor em ofertas. A cada fim de semana, 4.000 pessoas freqüentam as seis missas.

Com Visa ou Mastercard, casais poderão pagar – R$ 350 com efeito civil, ou R$ 220, só o religioso. Já a taxa para batizado é de R$ 42. No débito ou no crédito, o dinheiro cai na conta da paróquia.

A Catedral pagará taxa administrativa mensal de R$ 19, ao banco, em vez dos R$ 89 cobrados de estabelecimentos comerciais, pelo uso do equipamento, diz o padre.

NÚMEROS DA IGREJA CATÓLICA EM RIBEIRÃO

• 4 mil fiéis freqüentam a Catedral, no sábado e no domingo.
• A média é de 666 pessoas em cada uma das seis missas, no final de semana.
• 800 fiéis são dizimistas na Catedral. O dízimo é 10% do salário.
• A taxa para casamento é de R$ 350, com efeito civil.
• Cada batizado custa R$ 42.
• As máquinas recebem cartões Visa e Mastercard, no débito (à vista) e no crédito (é possível parcelar).
• R$ 52 mil custou a reforma da secretaria, onde ficam as máquinas de cartões e os guichês de atendimento.
• R$ 1 milhão irá custar o novo prédio de catequese da Catedral.

CNBB diz que cartão é mais seguro

A CNBB não vetou o uso de cartão de crédito. “Cada pároco pode decidir que recurso administrativo usar, consonante com sua arquidiocese”, diz o ecônomo (administrador financeiro) da CNBB, Francisco Souza.

O administrador da CNBB, diz não ver problemas no uso do cartão. “É mais seguro que deixar o dinheiro do dízimo na igreja, à mercê de assaltantes”, declara.

Dom Joviano de Lima Júnior, arcebispo local, está num congresso em Roma e só volta em novembro, por isso não pôde comentar.

Catedral terá prédio de R$ 1 mi

Padre Chicão também vai construir um centro de catequese, a partir de fevereiro. O prédio, de dois andares, está orçado em R$ 1 milhão.

A última obra foi a reforma de R$ 52 mil da secretaria administrativa da Catedral, onde vão ficar as máquinas de cartão de crédito.  

 

Fonte: O Verbo

Thalles Brandão

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