O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que
religiosos “são livres para dizer no púlpito de suas igrejas que a
homossexualidade é pecado”.
O problema seria o uso de concessões públicas
para “demonizar e desumanizar uma comunidade inteira, como é a comunidade
homossexual”.
As afirmações foram feitas ao UOL e à Folha no programa
“Poder e Política – Entrevista”, em que o deputado também foi partidário de que
sejam estabelecidas sanções quando homossexuais forem atacados em programas
religiosos de rádio e TV, que pregam a “recuperação” ou
“cura” da homossexualidade. Segundo ele, a punição deve ser prevista
em lei.
“A afirmação de que homossexualidade é uma doença gera
sofrimento psíquico para a pessoa homossexual e para a família dessa
pessoa”, alegou.
Ele propôs a comparação dos homossexuais com outros grupos
vulneráveis, como mulheres e negros. “Alguém que chegue e incite violência
contra mulheres e contra negros, ou contra crianças nesse país… Vai ser bem
aceito?”.
O deputado ainda se manifestou contra mudanças feitas pela
senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao Projeto de Lei 122 de 2006, que propõe tornar
crime atitudes homofóbicas.
No Brasil, o racismo já é passível de punição, de acordo com
o código penal.
O relator do texto apresentado por Marta teve a coordenação
do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Para o deputado Wyllys, o fato dele não
ser homossexual e não demonstrar simpatia pela comunidade gay o
desclassificaria para que tratasse da questão.
Jean Wyllys afirmou recentemente que o fato de segmentos
políticos afirmarem que a homossexualidade é uma opção é um equívoco. “é um
equívoco, pois significa desconhecer uma série de ‘conquistas’ que a ciência já
fez no sentido de mostrar que nós não optamos por isso”.
O reverendo Marcos Amaral, que é pastor e psicólogo clínico
rebateu na ocasião a afirmação dizendo que a homossexualidade teria um viés
comportamental. “Estudos comprovam que pressões externas e as dinâmicas da vida
moldam o comportamento dos homossexuais”, mas, segundo ele, “não devemos
demonizá-los”.
O deputado, assumidamente homossexual, é militante pró-gay e
é favorável ao PLC 122, projeto de lei que trata da união homoafetiva. Ele
também defende a implementação do que é conhecido como “kit gay”,
apelido dado às cartilhas e vídeos sobre preconceito e bullying que o
Ministério da Educação quer distribuir em escolas públicas.
Fonte: Christian Post