Jornais brasileiros de grande circulação tiraram matérias religiosas de suas páginas e quando as aborda é para informar escândalos, disse o professor Fernando Altemeyer, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Altemeyer, o professor Leonildo Silveira Campos, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), e o jornalista Roldão Arruda, do jornal O Estado de São Paulo, participaram de painel na 4. Conferência Brasileira de Comunicação Eclesial (Eclesiocom), reunido na Umesp, na terça-feira, 24.
“A própria Marcha para Jesus, que reúne milhares de pessoas, ganha notas nos rodapés dos jornais”, apontou Altemeyer, que teve a concordância de Arruda. “Há muita dificuldade em emplacar pautas religiosas, a não ser escândalos e pedofilia”, afirmou o repórter do Estado, admitindo que é grande a desinformação religiosa na sociedade e na mídia.
A internet é uma alternativa promissora, que deve ser levada a sério e de maneira profissional, defendeu o professor da PUC. “Hoje, qualquer grupo religioso está presente na internet, até os que acabaram de nascer. Já são muitas as comunidades organizadas virtualmente, o que é habitual para o mundo protestante, mas no católico ainda é novidade”, assinalou.
Segundo relato da repórter Mônica Rodrigues, Altemeyer frisou a boa participação da Igreja Católica no meio rádio, embora falhe, porque todas as emissora que ela possui estão na faixa AM, que tem programação voltada a um público adulto. “Desta forma, não se atinge o jovem”, avaliou. Na mídia televisão, a Igreja Católica recupera o atraso histórico e já dispõe de bastante espaço.
O professor Silveira Campos comentou, no painel, a presença de igrejas pentecostais na mídia brasileira, onde ela aparecer numa abordagem negativa. Ele lembrou que o pentecostalismo nasceu nos Estados Unidos, em 1906, e a mídia, já então, o ridicularizava, “passando a imagem de ser algo excêntrico”. No Brasil, a mídia tira proveito dessa abordagem, “mas ela se esquece de que também faz parte desse cenário”, afirmou.
“Igrejas na imprensa: o noticiário sobre religião em foco” foi o tema da quarta edição da Eclesiocom. O evento foi aberto pelo reitor da Faculdade de Teologia Metodista, professor Rui Josgrillberg, e organizado por Magali Cunha, professora da casa.
Fonte: ALC Notícias