Quatro instituições públicas mineiras de ensino superior estão entre as 10 melhores do país, segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC).
O indicador avaliou a qualidade de cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado e doutorado) de 173 universidades de todo o país. A Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, ocupa o terceiro lugar, melhor posição do estado no ranking de excelência de desempenho, atrás apenas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Na seqüência, aparecem a Federal de Minas Gerais (UFMG) e a do Triângulo Mineiro (UFTM), na quarta e sexta posições, respectivamente. A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) está na 10ª colocação.
Além das universidades, o IGC avaliou, separadamente, conceitos de 131 centros universitários e 1.144 faculdades isoladas e integradas. O índice resume, para cada instituição, a qualidade de todos os cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos na totalidade de câmpus e municípios onde a escola atua. Será usado, junto a outros elementos e instrumentos, para orientar as comissões de especialistas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em visita às instituições de ensino superior. A idéia é oferecer a eles informações consistentes que nortearão decisões e análises dos relatórios de avaliação. Se antes a verificação era feita de forma isolada, por cursos, o IGC avança ao contemplar toda a instituição.
No cálculo do indicador, o Inep usou a média dos conceitos preliminares dos cursos da instituição (CPC), componente relativo à graduação, e a nota fixada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), para a pós-graduação. A média é obtida a partir da distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado).
Na primeira divulgação do IGC, foram usados os CPCs referentes às edições do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) no período de 2005 a 2007. Esse indicador de cursos considera, além de resultados de avaliação de desempenho de estudantes, infra-estrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. A nota da Capes é referente à avaliação do triênio de 2004 a 2006.O resultado do Índice Geral de Cursos da Instituição está expresso em valores 0 a 500. As universidades que conseguiram mais de 395 alcançaram níveis de excelência em qualidade. Nenhuma instituição conseguiu a nota máxima. De acordo com o MEC, o IGC será divulgado anualmente, sempre depois da divulgação do Enade e do CPC.
Zona da Mata
Segunda-feira foi dia de comemoração na Universidade Federal de Viçosa (UFV). O reitor Carlos Sigueyuki Sediyama disse que acreditava em uma boa classificação, mas não imaginava ficar no topo da lista. Ele atribui os resultados à dedicação dos professores, aos investimentos na qualificação dos profissionais, à infra-estrutura da universidade e ao relacionamento entre alunos e corpo docente. “São várias ações que permitem oferecer graduação e pós-graduação de alto nível. Esse saldo é fruto do trabalho da equipe e conta com participação do estudante, que está interessado em aprender no laboratório, nos campos e nas empresas. Esse conjunto faz a diferença”, afirma.
O reitor ressalta que o compromisso se reflete na procura de estudantes pelo setor produtivo. “Isso é fundamental para os alunos ficarem animados e estudarem mais, além da participação no trabalho de extensão. Tudo isso alimenta um círculo importante”, diz. Ele conta que a UFV foi criada para resolver problemas da agricultura mineira, uma qualidade mantida até hoje – recentemente, recebeu o título de melhor universidade nas áreas de ciências agrárias e veterinária do país. “Somos pioneiros na pesquisa e extensão. Incentivamos a busca de respostas para a solução de problemas até as questões práticas. ”
A Universidade Federal de Viçosa teve origem na Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav), criada pelo Decreto 6.053, de 30 de março de 1922, do então presidente do estado de Minas Gerais, Arthur Bernardes (1875-1955). Foi inaugurada em 28 de agosto de 1926, por seu idealizador, que na época era o presidente da República. Em 1927, começaram as atividades didáticas, com a instalação dos cursos fundamental e médio e, no ano seguinte, do superior de agricultura. Em 1948, se tornou Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (Uremg), composta pela escola superior de agricultura, de veterinária, de ciências domésticas, de especialização (pós-graduação), do serviço de experimentação e pesquisa e do serviço de extensão. Em 15 de julho de 1969 passou para responsabilidade da União, como Universidade Federal de Viçosa.
Fonte: Uai