Antes de morrer, homossexual aceita Jesus, após igreja não desistir de orar por ele

Imagem ilustrativa de um homem hospitalizado. (Foto: Sharon McCutcheon/Unsplash

Jerry Arterburn quando tinha apenas 5 anos sofreu abuso sexual por um filho de uma pastora, na mesma noite em que aceitou Jesus no acampamento da igreja.

– Quando o abuso sexual ocorreu, acendeu algo nele que ele achava que os outros homens não tinham que lutar – Disse seu irmão Stephen em um vídeo da Pure Passion Media.

Jerry morreu de AIDS em 13 de junho de 1988, numa época em que a doença era considerada uma epidemia pelos países, onde não havia controle e a ciência médica tentava descobrir como controlá-la.

– Quando meu irmão e eu nos mudamos para Laguna (Beach, Califórnia) ao mesmo tempo, outra pessoa se mudou para Laguna. Essa pessoa foi identificado como ‘Paciente 0’. Era um comissário de bordo que voou ao redor do mundo e dormiu com cerca de 2.000 pessoas diferentes. Ele infectou tantas pessoas naquela cidade que o vírus da AIDS era extremamente virulento lá. Eu assisti negócios após negócios fecharem porque havia uma grande população gay per capita lá. Eles estavam morrendo à direita e à esquerda – Disse Stephen.

Antes da morte de Jerry, Stephen começou a formular a melhor maneira de encorajar seu irmão a voltar para Cristo.

– Eu o amava. Mas eu sabia que o que ele estava fazendo era errado. Eu não estava tentando convencê-lo de que ele estava errado. Eu apenas tentei encontrar uma maneira de ter um relacionamento com ele que pudesse amá-lo – Lembra.

Ambos irmãos foram criados em um lar “fortemente cristão” no Texas. Na adolescência, Jerry tinha um comportamento tranquilo, enquanto Stephen era rebelde e mulherengo — a ponto de pedir para sua namorada, que havia engravidado, a fazer um aborto.

Jerry amava design e chegou a se formar em arquitetura. Ele descreve seu irmão como “o moralista” que confessou seu erro, enquanto Stephen era, na verdade, o imoral que havia dormido com muitas mulheres jovens.

Jerry estava prestes a se casar, mas o casamento não chegou a acontecer por causa de brigas. Ainda assim, ninguém realmente sabia por que o casamento foi cancelado. Quando Jerry, aos 26 anos, foi nomeado para um cargo de urbanista em Easley, Carolina do Sul, conheceu um homem que o levou a um bar gay. Ele nunca tinha feito sexo antes, mas naquela noite, “meu irmão se sentia como se estivesse em casa. Ele sentiu total aceitação, liberdade – todas essas coisas que ele nunca tinha conhecido: todo esse amor, carinho, conexão”, diz Stephen.

A partir de então, foi relacionamento após relacionamento. Quando Jerry e Stephen, por acaso, se mudaram para Laguna Beach, eles começaram a se reconectar. Às vezes, em suas conversas, eles debatiam. Um tópico que surgiu foi se a homossexualidade estava certa ou errada.

Stephen, que já havia voltado para o Senhor, manteve-se firme – até que percebeu que seu irmão era gay. Assim que Stephen descobriu, as discussões terminaram. Uma nova fase em seu relacionamento começou, uma fase de estender a mão para Jerry com amor e aceitação, embora não com a aprovação de seu pecado.

– Pude desenvolver um relacionamento próximo com ele, e então ele adoeceu. Estou tão feliz por ter feito isso porque ele precisava de mim. Estou tão feliz que ele se sentiu seguro comigo, que eu poderia estar lá com ele quando ele precisasse de muita ajuda – apenas se levantando e indo ao banheiro. Ele perdeu 45 quilos. Foi horrível. Ele parecia algo saído de um campo de concentração – Lembra o irmão.

Stephen, irmão de Jerry Arterburn – Foto: Reprodução

União e orações pela vida de Jerry

Devastado com a notícia de que não só o filho dele era gay, mas também tinha AIDS, o pai visitou Jerry no hospital e disse: “Você vai voltar para casa conosco. Vamos ajudá-lo com isso”.

A Igreja Batista do Sul de seus pais, em vez de condenar Jerry ao ostracismo, era amorosa e inclusiva. (Os Batistas do Sul eram conservadores quanto à aceitação social em uma época em que grande parte da América não se abalou com a crise da AIDS.)

– Nós o amávamos quando ele era (mais jovem). Vamos amá-lo por meio disso. Aqui está o que vamos fazer: vamos até a casa dele e vamos impor as mãos sobre ele e orar para que ele seja curado … O que quer que seu seguro não cubra para seu tratamento de AIDS , esta igreja vai pagar. Sempre que seus irmãos quiserem entrar e vê-lo, nós pagaremos a passagem aérea – Disse um diácono, de acordo com Stephen.

Os diáconos se revezavam visitando Jerry todos os dias. Mas houve uma reviravolta neste ministério. Em vez de ministrar a Jerry, ele ministrou a eles. “Eles não colocaram luvas cirúrgicas para orar por ele. Esses homens foram até lá e o amaram”. A demonstração de amor teve seu efeito em Jerry. “Isso me libertou”, disse Jerry na época. “Fez toda a diferença no mundo.”

Nos estágios finais de sua vida, Jerry estava arrependido. Ele tentou convencer as pessoas a não trilharem o caminho da homossexualidade – e para aqueles que já estavam a quilômetros de distância, a voltarem antes que fosse tarde demais.

Como lidar com um filho homossexual

Por mais que desejassem uma cura milagrosa, Jerry morreu.

– Quando ele morreu, houve um funeral incrível de coro e igreja como você nunca viu. Por causa de uma criança que morreu de AIDS. Isso é o que uma igreja batista sulista caipira faz quando está mais infundida de Cristo do que de julgamento e medo. Isso foi na época em que as pessoas tinham medo desse vírus – Diz Stephen.

– Se você tem um filho que “se revela” como LBGTQ, não diga nada. Apenas ouça. Não defenda sua posição ou paternidade. Deixe-os saber que você se preocupa mais com eles e o que eles estão passando do que qualquer outra coisa – Disse Stephen.

– Não há necessidade de reiterar a pecaminosidade do pecado: uma vez no máximo. Tente se conectar com eles e entendê-los. Mostre-lhes compaixão pela luta. Não deixe que a sua própria vergonha ou julgamento de si mesmo por não ser capaz de salvá-los disso, faça você se separar totalmente deles e se distanciar – Finalizou ele.

 

Thalis Silva

Editor-chefe do Gospel Minas. Cristão, jornalista e empreendedor de BH/MG. Amante da arte, comunicação e jornalismo - contato@gospelminas.com

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