Autoridades do governo israelense estão preocupadas com Pinóquio e Harry Potter. Explica-se – o Ministério das Finanças de Israel proibiu a importação de livros com histórias daqueles personagens. A justificativa, se é que se pode chamar assim, é que as edições, impressas em árabe, foram produzidas no Líbano, país que integra a chamada “lista negra” da diplomacia israelense, ao lado de Irã e Síria. A decisão atinge a editora Kol Bo Sefarim, baseada na cidade portuária de Haifa e especializada na distribuição de literatura em língua árabe no Estado de Israel. Além das aventuras da marionete de madeira cujo nariz cresce quando mente, criada no século 19 pelo ficcionista italiano Carlo Collodi, os palestinos que vivem em Israel não poderão ler em sua língua natal as aventuras do bruxinho Potter. A proibição atinge ainda o best-seller O alquimista, do brasileiro Paulo Coelho. Em comunicado, o ministério diz que as obras têm caráter “subversivo”.
”Isso é absurdo”, protesta Salah Abassi, o dono da editora prejudicada pela ordem. Ele reclama que não comercializa tóxicos, e sim, cultura. Visivelmente, as autoridades alfandegárias locais não parecem concordar com essa argumentação. Dois anos atrás, elas já haviam confiscado na fronteira com a Jordânia um carregamento de 4 mil livros que haviam sido encomendados por Abassi de publicadoras sírias e libanesas. Os volumes foram parar na trituradora. Mas o caso atual está mobilizando a imprensa israelense, que tem pressionado o ministro das Finanças, Roni Bar On, a suspender a sanção. Enquanto isso, os árabes de nacionalidade israelense ficam proibidos de conhecer as histórias que, em diferentes gerações, têm encantado leitores de todo o mundo.
Fonte: Cristianismo Hoje