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Gospel

Ao som de canções evangélicas “pastores” gays realizam o sonho de se casar

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RIO – Convidados que não conseguem conter as lágrimas, bolo, padrinhos, traje de gala e a marcha nupcial. Parecia um casamento como qualquer outro, mas não era. Foi celebrado na noite de ontem, numa casa de festas do Alto da Boa Vista, o primeiro casamento entre pastores evangélicos homossexuais do país. 

Marcos Gladstone, de 33 anos, e Fábio Inácio, de 30, reuniram as famílias e os amigos para oficializar a relação do casal. A data foi escolhida com cuidado: no Dia da Consciência Negra – os pastores homossexuais resolveram dar mais um passo na tentativa de abolir o preconceito.

– O sonho de todo mundo é se casar um dia. Os maiores conflitos que vivi em minha vida foram exatamente por me perceber homossexual e ver que não poderia me casar ou mesmo ter a minha família – disse o pastor Marcos.

Os dois pastores são os fundadores da Igreja Cristã Contemporânea. A denominação evangélica é mais liberal que as igrejas tradicionais e recebe fiéis da comunidade LGBT – sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

Como a união entre pessoas do mesmo sexo ainda não é reconhecida legalmente no Brasil, os noivos assinaram um contrato de união homoafetiva durante a cerimônia.

Evangélico gay

Para o pastor Fábio, a cerimônia foi representativa, mas não só do ponto de vista pessoal:

– Este dia (do casamento) é importante na vida de muitas pessoas. A nossa iniciativa é para mostrar que é possível ser gay, ser cristão e ser evangélico.

Uma data especial e histórica

Ao som de canções evangélicas, cerca de 300 convidados do casamento acompanharam a celebração inédita no país. A união foi celebrada pelo pastor Justino Luiz, da Comunidade Cristã Nova Esperança. A igreja de São Paulo, assim como a fundada por Marcos e Fábio, está entre as denominações evangélicas inclusivas. Negro e homossexual, o pastor Justino estava contente em poder celebrar a união homoafetiva de Fábio e Marcos no Dia da Consciência Negra:

– É importante para a visibilidade da comunidade LGBT. Queremos ter os mesmos direitos que todas as pessoas têm, inclusive nas cerimônias.

Marco para a igreja

Um dos padrinhos da união entre os pastores, Alexandre Castillho, de 39 anos, também membro da Igreja Contemporânea, definiu a data como sendo especial para todos os fiéis da sua comunidade evangélica:

– E um marco para nós todos como igreja. Acho que vai abrir um leque de opções. Temos que acabar com o preconceito cada vez mais.

Fonte: JovemX

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