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Página na internet incentiva denúncia de igrejas barulhentas

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Deus não é Surdo. Este é o endereço de uma página na internet criada para que pessoas que moram próximas a templos religiosos “barulhentos”, protestem. Na página há o ranking das igrejas que não respeitam o silêncio e depoimentos de pessoas revoltadas com o excesso de barulho dos templos religiosos. 

No site www.deusnaoesurdo.com.br, há depoimentos de algumas pessoas que não conseguem dormir com os cultos até tarde da noite, vigílias durante toda a madrugada e ensaio em horas desnecessárias. Para piorar, muitos internautas reclamam que muitos templos não têm isolamento acústico e alguns nem licença de funcionamento.

O roteiro é bem conhecido: uma igreja pentecostal, dessas bem avivadas, cultos barulhentos e vizinhos insatisfeitos. Em cidades grandes e pequenas, e particularmente nas periferias, brigas entre associações de moradores e comunidades evangélicas são comuns, e muitas vezes chegam às delegacias de polícia ou mesmo aos tribunais. Até uma iniciativa inusitada promete dar voz e vez a quem quiser botar a boca no trombone – sem trocadilho, claro. É o site www.deusnaoesurdo.com.br, onde os insatisfeitos com o santo barulho reclamam à vontade. A questão parece mesmo não ter fim. “No bairro onde moro há igrejas evangélicas de várias denominações, mas não vejo e nem ouço falar de nenhuma reclamação por causa de barulho. Até mesmo porque temos que respeitar o próximo e seguir em paz com todos”, diz Simone Santos, que faz parte da Assembléia de Deus de Feira de Santana, na Bahia. “Respeito a religião evangélica, mas não sou obrigada a me conformar com pastor que grita até perder a voz e tem ataques histéricos. Sou obrigada a sair de casa”, devolve a carioca Eliane Dias Gomes.

O site acaba de promover uma pesquisa para identificar as igrejas e entidades religiosas mais barulhentas. Na opinião dos internautas, a Assembléia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus são as denominações que mais abusam dos decibéis em seus cultos. Outra comunidade evangélica, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, também aparece com destaque na lista. Mas ninguém pense que se trata de preconceito contra os protestantes. Muita gente reclama também do barulho dos terreiros de Umbanda e Candomblé e de missas católicas (ver quadro). Ou seja, o problema é geral e não tem cor religiosa, embora as igrejas evangélicas sejam normalmente mais citadas. De acordo com a chamada Lei do Silêncio – cuja regulamentação varia de Estado para Estado –, a partir das 22 horas quem exagerar no barulho pode ser denunciado e até responder a processo.

Na prática, não é bem assim. As duas maiores cidades do país elaboraram legislações específicas. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Decreto 126, de 10 de maio de 1977, tolera um nível de até 85 decibéis de ruído no ambiente externo de onde o barulho se origina. Já em São Paulo, a medição deve ser feita no domicílio do reclamante, o que, na prática, dificulta uma punição para instituições barulhentas. Na maioria dos casos, a punição é de advertência, e no caso de reincidência, pode chegar a multas ou até o fechamento do estabelecimento.(José Donizetti Morbidelli).

Redação Gospelminas
Com informações da Revista Eclésia

 

Fonte: Redação Gospelminas

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