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Minas tem um terço dos melhores cursos universitários
Minas Gerais lidera o ranking das melhores faculdades do país, de acordo com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), divulgado nessa quarta-feira pelo Ministério da Educação (MEC).
Apenas 25 cursos em todo o Brasil tiraram nota máxima no teste e oito deles são de instituições federais do interior mineiro: nutrição, farmácia e enfermagem, da Unifal (Alfenas, na Região Sul); educação física, nutrição e zootecnia, da UFV (Viçosa, na Zona da Mata); enfermagem, da UTM (Uberaba, no Triângulo Mineiro); e medicina veterinária, da Ufla (Lavras, na Região Sul).
O Enade 2007 mediu a qualidade de 3.248 cursos em 16 áreas: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia em radiologia, tecnologia em agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia. Ao todo, 387.118 estudantes se inscreveram, dos quais 215.443 foram selecionados para fazer o exame. Com base no desempenho dos alunos, os cursos recebem conceitos de um a cinco.
Setenta cursos com os piores resultados (conceitos um e dois) serão alvos de fiscalização do MEC. No processo de recredenciamento, serão obrigados a pedir a visita de avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para conseguir a nova licença de funcionamento. Já as instituições com melhor desempenho (conceitos três, quatro e cinco) sofrerão menos exigências e estão dispensadas da avaliação in loco. Apenas três escolas receberam nota um: Faculdade Cidade de João Pinheiro (FCJP), no Noroeste do estado, no curso de enfermagem; e a Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em tecnologia de radiologia, em Divinópolis, no Centro-Oeste, e em Varginha, na Região Sul. As instituições foram procuradas pelo Estado de Minas, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.
A avaliação de desempenho em 2007 apresentou mais um “termômetro” para o ensino superior. O MEC criou um novo indicador, o Conceito Preliminar, que será referência, a partir de agora, no reconhecimento oficial das faculdades. A coordenadora-geral de Avaliação dos Cursos de Graduação e Instituições de Ensino Superior do ministério, Maria Elba Dantas, explica que a proposta vai ampliar os critérios de análise. “Passamos a considerar que o Enade leva em conta apenas o desempenho do estudante e o Índice de Diferença do Desempenho (IDD), que compara notas no início e no fim do curso. Além disso, incluímos também a estrutura e o projeto pedagógico da universidade.”
O novo indicador trabalha ainda com um sistema de pesos: o Enade vale 40%, o IDD, 30%, e os insumos (infra-estrutura, instalações físicas e recursos didático-pedagógicos), 30%. Maria Elba acrescenta que o ensino superior só começou a ser avaliado em 2004, enquanto os cursos de pós-graduação estão há mais de 30 anos sob análise constante do ministério. “Claro que os resultados finais não são excelentes, mas estamos caminhando em uma boa direção, com a criação, aos poucos, de uma cultura de avaliação que vai trazer muitas mudanças.”
Estratégias
Na avaliação do Conceito Preliminar, 48 cursos tiveram a nota máxima em universidades do país, 13 deles em Minas (veja quadro). Somente um está em Belo Horizonte: enfermagem, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A coordenadora do colegiado da faculdade, Maria José Menezes Brito, atribui o resultado positivo a algumas estratégias, como o atendimento efetivo das diretrizes curriculares nacionais para a graduação que orientam a formação profissional em consonância com o Sistema Único de Saúde (SUS). “O modelo visa a inserção do aluno no cenário da prática e o tira dos muros da universidade para inseri-lo no atendimento, desde a atenção básica até os casos mais complexos”, afirma.
Estudante do 2º período de enfermagem, Fernanda Firmo, de 21 anos, vê na faculdade uma oportunidade de crescimento: “Além do aprendizado, podemos pôr em prática projetos de pesquisa e de extensão. Saímos da sala de aula prontos para enfrentar o mercado de trabalho”. A aluna do quarto período, Larissa Alves Pinto, de 25, fez o Enade no início do ano passado. Com exceção das questões específicas da área, a prova foi considerada tranqüila. “Achei muito interessante. Avalia bem quem está deixando o curso e aborda situações que viveremos nos hospitais. Além disso, se não houver uma avaliação, fica complicado definir a qualidade dos profissionais que estão saindo das salas de aula.”
Fonte: Uai
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