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Apesar da crise, tem vaga sobrando em BH

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Só há 13 candidatos inscritos na disputa de 80 vagas para pedreiros de alvenaria oferecidas na agência do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Belo Horizonte, no centro da capital mineira, que começa nesta sexta-feira o processo de seleção. 

O descompasso entre a oferta e a procura por trabalho é observado em uma série de outras funções, que permanecem a salvo dos duros efeitos da crise financeira mundial sobre o emprego na indústria e nas empresas prestadoras de serviços. Ao mesmo tempo em que cresce a fila dos desempregados no balcão do seguro-desemprego, 1.362 vagas estavam em aberto, na quinta-feira, nos 19 postos do Sine na Grande Belo Horizonte e outras 36 esperam interessados qualificados no grupo Selpe, especializado em recrutamento de mão-de-obra.

A dificuldade de preencher quase 1,4 mil cargos pode ser explicada pelo desconhecimento das oportunidades e as exigências de uma qualificação técnica que nem todos os candidatos oferecem. Nessa lista privilegiada, estão profissionais como serralheiro, mecânico de injeção, retificador e operador de plataforma, entre outras funções de alto nível de especialização na indústria e no setor de serviços. O superintendente regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Alysson Paixão de Oliveira Alves, estima em cerca de 23 mil o número de vagas em aberto no Brasil por falta de interessados.

Segundo Hegel Botinha, diretor-comercial do grupo Selpe, há vagas abertas por até três meses, independentemente do impacto da turbulência na economia. Isso, apesar de uma redução de até 60% na oferta geral de oportunidades de emprego captadas pela empresa este mês. “Os profissionais têm de ficar atentos àqueles setores que mantêm as contratações e retomam as suas atividades, num cenário ainda desfavorável”, afirma. Um bom exemplo são as empresas da construção civil e pesada.

O principal entrave ao preenchimento dessas oportunidades de trabalho é a baixa qualificação dos candidatos, segundo o secretário de estado de Desenvolvimento Social, Agostinho Patrus Filho. Ao todo, as 103 agências do Sine em Minas ofereceram 4.754 vagas dos dias primeiro a 15 deste mês, número 9% superior ao do mesmo período do ano passado. “É uma realidade perversa quando as agências dispõem das vagas e não encontram o candidato preparado para assumir a função. Há casos, também, em que a empresa requer um tempo de carteira assinada maior e um conhecimento específico difícil de ser atendido”, diz.

Qualificação

Para atender os trabalhadores que precisam de reciclagem profissional, a Secretaria de Desenvolvimento Social terá um orçamento de R$ 9 milhões, este ano. Patrus Filho informou que o programa Usina do Trabalho, criado para esse fim, tem por meta abrir 25 mil vagas em cursos de qualificação ao longo de 2009 em 100 municípios de Minas. No ano passado, foram 16 mil vagas e 13 mil pessoas qualificadas. Os cursos são gratuitos para o trabalhador, que deve se inscrever para freqüentar as aulas nas próprias agências do Sine-MG. Os cursos só deverão ser definidos no fim deste mês, num levantamento junto aos técnicos da secretaria, que acompanha os investimentos anunciados pelas empresas no estado.

A construção civil, de acordo com Patrus Filho, é uma promessa importante este ano, tendo em vista as obras do setor público que serão mantidas. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, em 2008, a construção do centro administrativo do governo de Minas, no Bairro Serra Verde, absorveu 1,2 mil trabalhadores que se formaram nos cursos de qualificação com recursos do Tesouro estadual. Uma preocupação é aguardar os desdobramentos da crise para que os cursos oferecidos este ano retratem melhor as necessidades das empresas.

Hegel Botinha, do grupo Selpe, concorda com os analistas que esperam ver com mais clareza, no fim deste primeiro trimestre, as possibilidades de duração e intensidade da crise que estourou nas bolsas de valores em setembro de 2008. Por enquanto, a oferta geral de vagas na empresa reflete o desaquecimento do consumo e das exportações, que tem afetado indústrias da cadeia de produção de minérios a siderúrgicos.

A agência do Sine na Praça Sete, no Centro de BH, à Avenida Amazonas, 478, faz entrevistas nesta sexta-feira a partir das 9h para o preenchimento de 80 vagas destinadas a pedreiros de alvenaria, com experiência de seis meses na função. O salário é de R$ 3,27 por hora trabalhada, remuneração acrescida de benefícios.

Fonte: Uai

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