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Igrejas evangélicas cancelam cultos de domingo para servir a comunidade

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Sherri Kadlec é membro da Igreja Hillside, mas ela trocou o culto de domingo por outra atividade: catar lixo.

O motivo é que a Igreja de Kadlec e quatro outras congregações da cidade de Bloomington, Minnesota, decidiram cancelar os cultos para que seus membros possam fazes algum tipo de caridade. Trata-se de um esforço para mostrar que eles estão vivendo o que pregam.

Cerca de 1.000 pessoas das igrejas Bethany, Emmaus, Evergreen Garden, e Hillside planejam ajudar seus vizinhos pintando casas, recolhendo lixo, limpando áreas escolares e parques públicos, oferecendo ajuda para mães solteiras e conduzindo uma aula de basquete para jovens.

“É uma tentativa de quebrar o molde, sair para fora da igreja e conectar-se com as pessoas”, disse Carl Nelson, presidente da Transform Minnesota, uma rede de cerca de 160 igrejas evangélicas que ajudaram a organizar o evento naquele Estado. ”Nós levamos nossa fé realmente a sério e estamos dispostos a sair e simplesmente servir as pessoas por amor”, explicou.

Essas igrejas fazem parte de um número crescente de congregações evangélicas norte-americanas que têm cancelados os cultos para fazerem algo que mostre que os seus membros não estão preocupado apenas em condenar o casamento gay e o aborto, mas também se preocupam com a justiça social, ajudando os necessitados e se envolvendo com o lugar onde moram.

“Eu acho que as pessoas da igreja têm uma espécie de má fama, e nós esperamos mudar isso”, disse Kadlec, que está ajudando a organizar eventos de domingo. ”Falamos de amar o próximo e não somos hipócritas. Acho que cancelar o culto do domingo mostra para essa comunidade, ‘Ei, nós realmente achamos que vocês são importantes e queremos compartilhar o amor de Deus com vocês. Queremos servi-los’”.

Bryan Moak, pastor da Igreja Hillside, disse que ele e os pastores das outras igrejas participantes acreditavam que poderiam fazer mais boas ações se unissem as forças. Ao todo, os fieis estarão envolvidos em 36 projetos diferentes em toda a cidade. Eles irão formar grupos com participantes de todas as igrejas.

“Acredito que nós, como Igreja, temos a tendência de dizer: ‘Ei pessoal, venham até nós’”, explica Moak. ”Eu acho que, de certa maneira, não estamos cancelando nada. Estamos apenas levando a igreja até a comunidade”.

Esse tipo de “ação de domingo” reflete uma mudança na postura de determinados ramos evangélicos. Nos últimos 10 a 15 anos, os evangélicos mais jovens, em particular, começaram a debater questões além das lutas históricas contra o casamento gay e o aborto. Eles têm debatido como podem ser bons mordomos do meio-ambiente e o que podem fazer contra problemas sociais como a pobreza e a falta de moradia, explica Dan Olson, professor de sociologia na Purdue University.

“Eles não querem ser vistos apenas como pessoas amargas que estão sempre criticando os outros”, acredita Olson. “Eles querem dizer: ‘Não, Cristo sempre ajudou as pessoas. Os seus seguidores não se preocupam apenas com o aborto ou… em salvar almas. Estamos preocupados com outras coisas também’”.

Mike Olmstead, pastor da igreja Evergreen, disse que ele e os outros pastores podem repetir esse tipo de evento de domingo no futuro.  “A igreja está cheia de pessoas que desejam servir”, explica. “Jesus sempre supria necessidades. A melhor maneira de fazer conexões com as pessoas é atender a uma de suas necessidades.”

Ed Stetzer, vice-presidente da LifeWay Research, instituto cristão que acompanha as tendências da igreja em todo o país, diz que essa iniciativa tem se tornado comum em igrejas que fazem  esse tipo de atividade mais de uma vez por ano. Porém, Stetzer não acredita que a mensagem é clara.

“Eu acho isso complicado”, disse Stetzer em um comunicado. “Eu gostaria de ver mais igrejas servindo e se unindo para fazer isso, mas há 167 horas em uma semana… Não tenho certeza que o melhor é cancelar o tempo de adoração que se possa servir. Acho que podemos fazer as duas coisas.”

Traduzido de Star Tribune
Gospel Prime

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