Brasil
Jovem que teve mudança no tom da pele causado por tumor raro consegue remédio de R$ 32 mil
A cearense Sabrina Gomes, de 24 anos, aguarda um momento de estabilização em seu quadro de saúde para iniciar o tratamento contra câncer e Síndrome de Cushing. Ela enfrenta os efeitos de um tumor raro chamado timoma, que alterou a cor da sua pele, e conseguiu, por meio de ação judicial, garantir o acesso a um medicamento essencial, que custa cerca de R$ 32 mil.
No início deste mês, Sabrina passou por duas cirurgias relacionadas ao tumor e, após deixar a UTI na sexta-feira (8), foi transferida para o Instituto do Câncer do Ceará. Lá, ela passará por novas avaliações para determinar o momento adequado para o início do tratamento com lutécio radioativo, que pode ajudar a estabilizar o tumor e, possivelmente, removê-lo.
O medicamento, que Sabrina aguardava há meses, estava sob responsabilidade da Secretaria de Saúde do Ceará, e ela começará a receber as quatro doses necessárias. Produzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, em São Paulo, o remédio possui um prazo limitado para ser administrado.
Sabrina foi diagnosticada com timoma ainda na adolescência, um tumor que afeta a produção de ACTH, um hormônio que regula várias funções no corpo, incluindo o cortisol. Esse desequilíbrio causou o desenvolvimento da Síndrome de Cushing, que resulta em hipertensão, dificuldades de cicatrização e acúmulo de gordura. Em 2022, ela passou por uma cirurgia para remover as glândulas responsáveis pela produção excessiva de cortisol, mas o tumor continua a crescer, já atingindo 17 centímetros.
A alteração na cor da pele de Sabrina é consequência do aumento do ACTH, que afetou a produção de melanina. Ainda não se sabe se essa mudança é reversível. Sabrina já passou por diversos tratamentos, incluindo quatro cirurgias, três sessões de quimioterapia e radioterapia, e agora vê no lutécio radioativo uma esperança de cura.
A Secretaria de Saúde do Estado informou que, após dificuldades em contratar a medicação inicialmente, foi aberto um novo processo para garantir o fornecimento do tratamento. De acordo com o coordenador de monitoramento da Sesa, Breno Novais, a medicação não está prevista no rol do SUS, mas estão sendo seguidos todos os trâmites legais para assegurar a contratualização do serviço.
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