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Gospel

Mercado religioso cresce e tem clientela garantida

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Esse público fiel consome livros, CDs, pacotes turísticos, camisetas com mensagens religiosas, brinquedos, imãs de geladeira, canecas e tudo mais que levar a palavra de Deus.

Religião não se discute, desta premissa todos sabem. Mas independente da fé ou da crença, a espiritualidade é algo que se manifesta no ser humano e muitas vezes para trabalhar este lado, o homem se apega a artefatos que o aproxima daquilo que acredita. Sem falar nos mistérios que a origem e fim da vida possuem e que atraem muitos fiéis e curiosos para as possíveis explicações. Porém, antes de ser um religioso, o fiel é também uma consumidor e como tal precisa de empresas que ofereçam produtos e serviços que lhe satisfaçam. Pensando nisso, lojas especializadas, algumas vezes ligadas a igrejas, buscam diversificar e atingir o maior número de clientes. Da mesma forma, indústrias do segmento de entretenimento se aproximam deste público com o lançamento de filmes e artistas.

Na última sexta-feira (03), mais uma promessa de sucesso chegou as salas de cinema de Cuiabá. O filme “Nosso Lar”, dirigido por Wagner de Assis e baseado em um dos livros mais vendidos do espírita e líder religioso, Chico Xavier, tenta repetir a dose do filme que retratou a vida do autor do livro. Na quinta-feira (02) que antecedeu a primeira sessão, mais de 100 ingressos foram comercializados e, segundo a auxiliar administrativa do cinema, Edimaura da Silva Gonçalves Belém, a expectativa é de que o filme fique até 3 meses em cartaz. “Estamos apostamos que o sucesso que teve “Chico Xavier” se repita”, afirma Edimaura ao comentar que mais de 5 mil pessoas assistiram ao primeiro filme sobre a vida do espírita.

Um dos diferenciais deste segmento comercial é a fidelidade dos consumidores. Na editora Paulus, em Cuiabá, por exemplo a auxiliar de vendas Elaine Souza de Almeida, afirma que o público é muito fiel e isso garante o mercado. A Paulus trabalha com metas trimestrais e tem como carro chefe o livro sagrado. Para se ter uma ideia, entre julho e agosto, 3,7 mil bíblias foram comercializadas, número que seria a meta para o trimestre até setembro. “Estamos superando nossa meta este ano. Em 2009, trabalhamos com 3,3 mil bíblias por trimestre, este ano subimos para 3,7 mil e vamos ultrapassar”.

Além das bíblias, a Paulus também comercializa CDs e DVDs o que, segundo Elaine, tem muita saída porque os religiosos não são adeptos à pirataria.

Outra livraria especializada é a da Arquidiocese Bom Jesus de Cuiabá, ligada à igreja Católica. Filiada à rede Canção Nova, a livraria está abrindo uma nova unidade no centro da Capital e pretende se aproximar ainda mais de seu público. Entre os produtos disponíveis, CDs, DVDs, camisetas, livros, uma linha de produtos religiosos em geral que atinge, de acordo com o diretor Valdeir Bento, não só os católicos mais antigos, mas pessoas de todas as idades. “Além da terceira idade, temos uma penetração muito grande entre jovens, visto que a rede Canção Nova trabalha com a evangelização de jovens”. Além da livraria, a Arquidiocese também possui uma emissora de rádio, mas ela não comercializa espaços comerciais. Segundo a diretora da rádio, Shiley Batista, a AM130 faz a transmissão da Canção Nova e é sustentada pelas vendas da livraria e por doações.

No Grande Templo de Cuiabá, da Assembleia de Deus, há também uma grande livraria de títulos religiosos, com página na Internet e vendas de produtos regionais, como CDs de cantores do Estado. A livraria, porém, não quis comentar as vendas.

Na livraria Janina, que comercializa títulos variados, a procura pelos temas ligados à religião é constante, afirma o gerente Anderson Raber. “Não temos um levantamento concreto das vendas, mas são produtos que sempre têm saída”.

Além das letras

Não são apenas os livros e os CDs que movimentam o mercado de produtos ligados à religião ou à fé e nem todos os estabelecimentos pertencem a igrejas. Na loja de Roneide Inncenti, uma papelaria, há disponível produtos para aqueles que querem presentear uma pessoa querida e levar a palavra de Deus junto. A empresária diz que percebeu que havia uma demanda que não estava sendo atendida em Cuiabá. “Ainda há poucas lojas pelo crescimento do público que gosta e acredita na palavra de Deus”.

Já na loja de artigos religiosos de Amanda Denise do Amaral a variedade é o que reina entre as mercadorias. São velas, incensos, essências, imagens de santos e outros artigos utilizados por diferentes seguidores religiosos. “Frequentam todos os tipos de pessoas e de todas as religiões”, afirma Amanda ao comentar que os clientes a procuram, contam o problema e compram produtos que auxiliam na purificação espiritual.

Segundo Amanda, as segundas-feiras e sextas-feiras são os dias de maior movimento. “Na segunda as pessoas vêm para se preparar para a semana e na sexta para se livrar de algo que possa ter acontecido”. Os valores dos produtos variam de R$ 0,50, uma vela, a R$1,2 mil preço de uma das maiores imagens.

Indústria Fonográfica

Em tempos de Internet e pirataria, as gravadoras apostam na música gospel para garantir as vendas. Segundo a Sony Music, a pirataria não atinge 10% das comercializações das músicas do gênero e o sucesso entre os artistas se destaca no meio. De acordo com o diretor executivo gospel da Sony Music Brasil, Maurício Soares, a empresa tem investido porque os resultados são surpreendentes “O último lançamento da gravadora vendeu mais de 100 mil cópias em menos de 30 dias. Uma marca absolutamente alta em se tratando de mercado fonográfico nacional”.

Quanto ao índice de pirataria, Soares comenta que há uma percepção de que o preço do produto não é um empecilho e que a ética cristã dificulta a entrada destes consumidores para o mercado pirata.

Atualmente a gravadora possui contrato com 11 artistas nacionais e mais 4 internacionais que têm seus discos lançados pela gravadora e entrada no mercado local se dá, principalmente, a partir de parcerias com mídias locais do segmento religioso. Maurício Soares diz que assim que passaram a atuar com a música gospel, esperavam que a aceitação fosse ser gradativa, mas que isso foi refutado ao perceberem a expectativa que havia pela chegada da gravadora.

“Mantemos uma rede consistente de parcerias com rádios e TVs de conteúdo cristão em todo o país. Evidentemente que apoiamos a mantemos estreita relação com algumas igrejas e lideranças para ações em conjunto” afirma o diretor que diz que apesar das ações conjuntas, não estão vinculados a nenhuma religião em específico.

Fonte: Gazeta Digital/ Folha Gospel

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