MG: Trabalhadores explorados em fazenda de café são resgatados em operação conjunta em Lajinha

Condições desumanas: alojamentos precários e falta de água potável são constatados durante o resgate – Foto: Ministério do Trabalho

Um grupo de 30 trabalhadores foi resgatado em uma fazenda localizada no município de Lajinha, em Minas Gerais, após serem encontrados em condições de trabalho análogas à de escravos.

A ação conjunta contou com a participação dos Auditores-Fiscais da Secretaria de Inspeção do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública Federal.

De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais, o grupo era composto por 29 homens e uma mulher, e estava sendo explorado na colheita de café. O resgate ocorreu no dia 3 deste mês durante uma operação interinstitucional, mas só foi divulgado nesta segunda-feira (10).

Os auditores-fiscais constataram que os trabalhadores estavam alojados em condições precárias, ocupando seis alojamentos que foram classificados como “precários” pela fiscalização.

Em quatro desses alojamentos, a água disponível para consumo era retirada diretamente de córregos e transferida para as caixas d’água usando bombas do tipo ‘sapo’, sem nenhum tipo de tratamento adequado para o consumo humano.

Segundo o auditor-fiscal Cláudio Secchin, que participou da operação, “a situação em que esses trabalhadores se encontravam era de total desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas. Eles estavam vivendo em condições insalubres e sem acesso à água potável, o que representa um grave risco para a saúde deles”.

A fazenda onde ocorreu o resgate dos trabalhadores não teve o nome divulgado pelas autoridades, mas as investigações estão em andamento para apurar as responsabilidades pelos crimes de trabalho escravo e outras irregularidades trabalhistas.

Após o resgate, os trabalhadores foram encaminhados para atendimento médico e receberam assistência dos órgãos responsáveis.