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Gospel

Música Gospel quebra barreiras e conquista novos públicos

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O Gospel já não faz mais parte somente do gosto de evangélicos. Está cada vez mais normal ver pessoas de diversas religiões e até mesmo agnósticos ouvindo músicas de cantores e bandas como Aline Barros, Fernandinho, André Valadão, Resgate, Oficina G3, PG, entre vários outros.

Depois de a música “Faz Um Milagre Em Mim”, do cantor Regis Danese ter sido gravada e reproduzida em diversos estilos, por diversas bandas – que muitas vezes nem cristãs eram -, apresentadores de programas da TV secular como Faustão, Raul Gil e Eliana também já não estão mais de olhos fechados para essa demanda. O povo quer escutar música gospel e isso já é fato.


Mas o que tem chamado tanto a atenção desses novos públicos para a música gospel? O que tem contribuído para esse salto, fazendo com que músicas que falam sobre salvação, cura, milagres e Deus cheguem até lugares nunca antes imaginados? A qualidade de produção? A mensagem? Investimentos em divulgação? Em entrevista exclusiva ao Guia-me o diretor executivo da Sony Music Gospel, Maurício Soares e o cantor e composior PG – profissionais que atuam no mercado fonográfico cristão – falaram sobre esse evidente crescimento.


Diferencial


“Acho que nosso diferencial é justamente a mensagem”. Foi assim que o publicitário, consultor de marketing e diretor executivo da Sony Music Gospel iniciou sua definição de fatores importantes que contribuíram para esse alcance que se vê atualmente na música gospel. Segundo o profissional, grande parte das músicas não-cristãs propõem temas como sexo, relacionamento amoroso e vários outros de maneira distorcida, enquanto que as canções evangélicas carregam uma mensagem com valores corretos, como paz, amor, respeito e esperança.


“Enquanto que em grande parte das músicas populares os temas são sexo livre, traição, prazer, amor não correspondido… as músicas evangélicas trazem uma mensagem de paz, amor, respeito e principalmente esperança que é o que está em falta na sociedade como um todo. É claro que a qualidade musical e mesmo dos produtos melhorou bastante o que também ajuda. A própria postura dos artistas também contribuiu para uma melhor visão da sociedade. Se antes os artistas eram “caretas”, hoje eles já se vestem de forma mais livre e antenado com a moda. Todos estes fatores reunidos ajudam para esse romper do gueto”, assegurou.


Para o cantor, pastor e compositor PG, esse quadro é resultado da junção de diversos fatores: uma boa mensagem, qualidade de produção musical, boa divulgação, entre outros. Segundo o músico, não somente uma palavra de conforto a corações necessitados, mas também o fato de os próprios profissionais cristãos começarem a levar a música gospel mais a sério contribuiu para o aumento da credibilidade desse segmento na mídia secular.


“Acredito que todas essas opções têm sua parte de responsabilidade, pois o mundo hoje, mesmo com a falsa ideia de liberdade vive preso em mundos cheios de culpas e vontades obrigatórias, sem ser espontâneo na maioria das vezes. Por isso, quando ouvem as letras [de conteúdo cristão], se mostram abertos para conhecerem esse Deus que traz paz em meio a este tempo nebuloso. Mas a forma como nós, cristãos, tratamos a qualidade da música hoje ajudou muito para que a mídia e pessoas ligadas a ela dessem crédito e, com isso muitos acabam se achegando”, lembrou.


Oportunidade


Muitos cristãos – atuantes no mercado fonográfico ou não – estão vendo nessa nova fase que a música gospel vive atualmente como uma grande oportunidade de evangelizar. Para Maurício, os artistas evangélicos estão conseguindo aproveitar bem o momento, mas também lembrou que a caminhada é longa e chamou a atenção para não deixar que tudo fique no “oba oba”.


“Os artistas têm estado mais presentes na mídia, mas ainda há muito a se conquistar. Principalmente nas rádios FMs. Com relação às TVs é notória uma corrida pela atração evangélica de olho no Ibope. As gravadoras ainda acham que estão conquistando um grande espaço no mercado, mas efetivamente isso é apenas um aspecto. Não vejo um acréscimo grande de consumidores porque os canais de vendas e distribuição são praticamente os mesmos. As gravadoras evangélicas ainda estão anos luz com relação ao mercado digital. Por enquanto é muito oba oba e pouco retorno financeiro efetivamente!”, afirmou.

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Reconhecendo que também está nessa lista de cantores que já fazem parte da “playlist” de muitos ouvintes que não são evangélicos, PG lembrou que isso é parte de um processo que inclui não simplesmente a música em si, mas também oração e exemplo de vida.


“Meu papel como profeta e cristão é divulgar o amor de Deus e sua Palavra a todo o mundo com verdade e caráter. Através disso a música acaba chegando aos lugares que um dia oramos e e colocamos diante da vontade de Deus para que se realizasse. Vemos hoja que cada um tem o seu estilo, a sua tribo, (rock, pagode, balada, black music, entre outros), mas todos declaram e vivem a busca diária da santidade quando se identificam com o Deus daquela música, que antes apenas era mais uma forma de diversão e, agora passa a ser também uma forma de adoração a Deus. Isso me empolga demais: ver nossa vida como músico fazendo a diferença como cristão para as pessoas”, celebrou.


Por João Neto
Fonte: Guia-me

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