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Pesquisa revela a importância da espiritualidade na recuperação de dependentes de álcool e drogas

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Uma pesquisa inédita no país confirmou aquilo que qualquer crente já sabe há muito tempo: a espiritualidade é fundamental no processo de libertação de vícios como drogas e álcool.

O estudo, realizado na Faculdade de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, no interior paulista, revelou que a religião, ao lado de grupos de acolhimento social – como casas de recuperação ou a própria igreja – agem como fatores protetores em relação à dependência. “Constatamos que quando uma pessoa quer mudar um comportamento, só dá certo quando faz alguma coisa para que isso aconteça. No momento de decisão, a espiritualidade interfere bastante”, explica a mestranda em enfermagem psiquiátrica Angélica Martins Gonçalves, que conduziu os trabalhos. Na pesquisa, Angélica mediu estatisticamente a importância da espiritualidade como fator de recuperação, entrevistando 138 dependentes de álcool e drogas de quatro cidades do Estado de São Paulo. Parte deles são da Comunidade Evangélica de Bauru e outros participam de um grupo católico em Montes Altos..

A dependência de bebida alcoólica e de substâncias entorpecentes em geral e o peso da religião e espiritualidade nos processos de recuperação sempre preocuparam Angélica Martins, que cresceu numa família presbiteriana. O fato de ter conhecido vários casos de pessoas com esses problemas aumentou ainda mais seu interesse, durante a graduação, pelas técnicas de controle e recuperação da dependência de álcool e drogas, que já é considerada um problema de saúde pública. Dados nacionais apontam que em torno de 12,3% da população brasileira entre 12 a 65 anos de idade – ou cerca de 6 milhões de pessoas – podem ser enquadradas como dependentes do álcool no país. Já quanto ao uso de drogas, a estatística é ainda mais alarmante: nada menos que 22,8% da população disseram já ter feito uso alguma vez na vida.

A pesquisa constatou uma incidência estatística alta na escala da espiritualidade para as pessoas em tratamento para dependência de álcool, maconha, cocaína e crack ou em poliusuários dessas drogas. “Verificamos que as pessoas vinculadas às comunidades terapêuticas pontuam muito alto nesta escala. No contexto em que estão vivendo, tem sempre reuniões voltadas para esse aspecto”, continua a pesquisadora, que acha a espiritualidade decisiva no processo de recuperação. Segundo ela, o Brasil tem poucos trabalhos nessa área de espiritualidade. “Já na literatura norte-americana, existem mais de mil artigos que falam sobre isso”, lembra a especialista, que adaptou uma escala norte-americana para poder pesquisar sua tese de mestrado. Embora no Brasil, dentro do meio acadêmico, esse tipo de estudo seja considerado muito “subjetivo”, a adaptação da escala aos padrões brasileiros, segundo ela, permitiu um resultado seguro.

Fonte: Cristianismo Hoje

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