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Site americano denuncia Assembleia de Deus e Universal

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Um ex-embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, emitiu um relatório segundo o qual 15% dos vistos concedidos a religiosos brasileiros são fraudes, nas quais os beneficiados usam a condição de religioso para permanecer ilegalmente nos EUA para trabalhar em outro setor. O diplomata apontou o dedo à Igreja Universal do Reino de Deus e à Assembleia de Deus.


Correspondência enviada pela diplomacia americana no Brasil aos Estados Unidos revela que a embaixada dos EUA suspeitava de fraudes nos pedidos de visto para religiosos. Em telegrama divulgado pelo site WikiLeaks, o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel afirma que 15% dos vistos do tipo R1, concedidos a religiosos, são fraudados. Ou seja, a pessoa permanece ilegalmente no país, com outro emprego.


Das fraudes, 80% são feitas por pessoas de Goiás. Segundo Sobel, foram concedidos 100 vistos desse tipo entre 2003 e 2005.


O telegrama dá especial atenção aos religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus. “Todos os missionários da igreja indicaram no pedido de visto que ficariam nos Estados Unidos por apenas um ano”. Em 2006, ninguém havia deixado o país. Sobel informa que os missionários falam inglês muito mal, mas sabem de cor todos os procedimentos de obtenção de vistos e de permanência.


Também é dado destaque para religiosos da Assembleia de Deus. Nenhuma das 16 pessoas que obtiveram vistos no período voltou para o Brasil.


Em outro telegrama, o consulado dos EUA em São Paulo classificava os pedidos de visto de trabalho feitos por brasileiros de maneira jocosa. O ex-cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo Christopher McMullen classifica os brasileiros de “o bom, o mau e o feio” – uma paródia ao título do clássico filme de caubói italiano de 1966, com Clint Eastwood no elenco.


No telegrama, McMullen diz estar preocupado com o recente aumento de pedidos de vistos de trabalho. Segundo o diplomata, os “bons” candidatos paulistas são jovens de classe média com bom nível de escolaridade interessados em passar alguns meses em hotéis, resorts, áreas de esqui e cassinos para juntar dinheiro e treinar o inglês. Os “maus” são parentes e amigos de brasileiros que moram nos EUA que querem trabalhar com faxina e em empresas pequenas. Para o diplomata, essas pessoas oferecem riscos, pois não costumam voltar para o Brasil.


Os “feios” são candidatos a imigrantes pouco qualificados que pagam pelo menos 3 mil dólares a agências de emprego por uma chance de entrar no país. É um grupo de “pessoas pobres e desesperadas que pegaram dinheiro emprestado com taxas de juros ultrajantes”. Muitas dessas pessoas chegam aos Estados Unidos e percebem que foram enganadas, pois não terão o emprego prometido.


Segundo McMullen, de janeiro a novembro de 2005, o consulado de São Paulo entrevistou 1.515 candidatos ao visto de trabalho, “quase 200% mais do que no mesmo período em 2004”. O índice de negativas era de 30% em 2004 e saltou para 49% no ano seguinte. O ex-cônsul informou que a maioria dos vistos concedidos são para os “bons”, e a maioria dos negados, para os “feios”. O ex-cônsul alerta ainda para a necessidade de haver um cadastro unificado de candidatos para que não se envie mais trabalhadores do que o possível para os EUA. “Precisamos dificultar as coisas para os feios “.


Outro telegrama, assinado pelo diplomata Phil Chicola, alerta uma comitiva da Nasa, a agência espacial americana, em viagem ao Brasil. “O nível de ameaça do crime em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife é crítico. Ladrões de rua armados são comuns nessas cidades. A área em volta do setor de hotéis em Brasília é extremamente perigosa, especialmente à noite. Visitantes da embaixada foram roubados com uma arma apontada enquanto andavam na rua”, diz.


Com informações O Globo / Diário de Notícias (Lisboa – PT)
Fonte: O Galileo

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