Motorista de aplicativo agredida em Contagem aguardou 12h pelo suporte da 99

No último domingo (27/08), uma motorista de aplicativo de 27 anos foi agredida por passageiros em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e teve que esperar mais de 12 horas para obter o suporte da empresa 99, onde prestava serviço.

Mariana Fidelis, a motorista, revelou que os agressores eram um homem e uma mulher que insultaram sua fé religiosa, referindo-se a ela como “crente do rabo quente” por ouvir música gospel durante a corrida. A discussão se intensificou e culminou com uma agressão brutal perto da UPA JK, em Contagem.

“Desde o momento da agressão, tentei entrar em contato com o suporte da 99, temendo que meu perfil fosse bloqueado no aplicativo. Consegui falar com alguém somente 6 horas depois e, mesmo assim, o suporte oficial chegou apenas após 12h50 da ocorrência”, lamenta Mariana.

No momento de desespero, ela ainda compartilhou: “Estou tomando medicamentos, fico chorando facilmente e estou tremendo muito. Não sei se terei coragem de dirigir novamente.”

Ao ser questionada sobre o incidente, a 99 emitiu um comunicado afirmando que condena quaisquer atos de preconceito, intolerância religiosa e violência. Afirmou ainda que bloqueou imediatamente os passageiros agressores e que colaborará com as autoridades. Contudo, não deu detalhes sobre o tempo de resposta tardio ao incidente.

Já Verón Guilherme, presidente da União Nacional dos Motoristas de Transporte por Aplicativos (Unapli), expressou preocupação com essa demora comum no suporte da 99.

“Os motoristas não devem ficar esperando para conversar com um robô em momentos de crise. Precisamos de mais humanidade e eficiência no atendimento”, disse ele, ressaltando a necessidade de escritórios físicos onde os motoristas possam obter ajuda mais prontamente.