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Política

Regina Duarte diz que dinheiro não será usado em filmes para agradar minorias

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Regina Duarte: 'Você não vai fazer filme pra agradar a minoria com dinheiro público'

Regina Duarte: ‘Você não vai fazer filme pra agradar a minoria com dinheiro público’ – Foto: Reprodução/G1

A atriz Regina Duarte e agora Secretária Nacional da Cultura, tomou posse na semana passada do cargo no governo de Bolsonaro, e em uma entrevista exclusiva à TV Globo, Regina falou sobre os desafios que enfrentará a frente da pasta, além disso, ela deu detalhes de como agiu diante das polêmicas sobre a aceitação do convite e as discussões entre o governo e a classe artística no país.

Em entrevista feita pelo repórter Ernesto Paglia exibido pelo Fantástico, Regina disse que levou um tempo para pensar no convite feito pelo presidente, segundo ela, ela se assustou no começo e não imaginava que estava preparada, mas ao mesmo tempo seria interessante poder contar com pessoas na equipe que também seriam apaixonados por cultura. Regina só aceitou o convite por ela ser fiel à pátria brasileira. Ela falou como foram os primeiros dias quando começou a exercer o cargo.

“[Foram] Altos e baixos. Momentos maravilhosos onde eu me sentia muito viva, como há tempo eu não me sentia. E aí, ao mesmo tempo, momentos muito angustiantes, de perceber que eu tinha que lidar com situações bastante complicadas mesmo, de política, que é uma coisa que nem me passava pela cabeça.”, disse ela na entrevista.

“Você percebe que tem pessoas que estão ocupando cargos e usando esses cargos pra fazer ativismo, pra se eleger nas próximas eleições. No nosso caso, meu e da equipe, o que a gente quer é fazer cultura.”, acrescentou Regina.

Perguntada como se sentiu no dia de sua posse na cerimônia na qual que contaram com as presenças do presidente Bolsonaro e da primeira dama Michelle Bolsonaro, além de ministros de estados como Damares Alves, familiares e amigos, Regina Duarte disse que são as mesmas que o apoiaram no começo, e espera que a outra maioria possam se manifestar apoio após a sua chegada à pasta da Cultura.

“Eu acho que aquela participação que estava ali era uma participação que já tinha demonstrado o seu apoio a esse governo. Existe uma grande maioria que está em silêncio. Essa maioria silenciosa, eu acredito que ela vai chegar, vai vir. Ela vai perceber que seria extremamente pouco inteligente desprezar esse momento que está sendo oferecido pra classe artística. E não se aproximar. As portas estão abertas pra essa classe. Queremos o diálogo, queremos receber todas as insatisfações para tentarmos resolver juntos pra ver como vamos caminhar daqui pra frente.”, disse ela.

O repórter da TV Globo perguntou a Regina por que ela manteve Sérgio Camargo que está à frente da Fundação Palmares responsável por declarações bastante rejeitadas pela comunidade negra. “A senhora pretende fazer o que com esse senhor?”, perguntou ele, Regina respondeu: “Voltamos aí a essa situação da política, que interfere no fazer cultural, na medida em que temos uma pessoa que é um ativista, mais que um gestor público. Estou adiando esse problema porque essa é uma situação muito aquecida. Não quero que esse desequilibre que eu tô percebendo aí ganhe mais espaço. Quero que baixe um pouco a temperatura. E logo, logo a gente vai ver. O que tem força vai ser.”, respondeu ela.

Sobre a Lei Rouanet, Regina disse que a lei precisa passar por ajustes. O repórter a questionou sobre a intenção dela sobre a norma.

“Eu acho que a Lei Rouanet precisa de alguns ajustes e estamos pensando nisso seriamente. Porque eu acho que ela pode ser mais democratizada, o bolo pode ser repartido em fatias mais equilibradas, mais justas, pra todo fazedor de cultura, de arte.”, disse ela.

Questionada, Regina falou sobre a liberação de verbas para determinadas formas de expressão artísticas, principalmente de minoria, ela foi firme em dizer que dinheiro público não seria gasto para agradá-los.

“Eu acho que o dinheiro público deve ser usado de acordo com algumas diretrizes importantes, porque é o que população que elegeu esse governo espera dele.”, disse ela. “[O Governo Bolsonaro] Governa pra todos. E todos estão livres pra se expressar. Contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil. Você não vai fazer filme pra agradar a minoria com dinheiro público.”

Ao final da entrevista, Regina Duarte disse que por enquanto não voltará a atuar em peças teatrais e/ou novelas, filmes e séries.

A secretária possui mais de 50 anos de carreira, mas o papel de secretária especial da Cultura do Governo de Jair Bolsonaro é uma novidade em sua vida. A entrevista foi ao ar neste domingo (08) no Fantástico.

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