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Músicas

Venda de CDs de cantores gospel supera ídolos da MPB

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O gênero transpôs de vez os altares das igrejas e mantém crescimento em torno de 15 % ao ano

 

(Foto: divulgação)

(Foto: divulgação)

 

O mercado fonográfico em geral pode estar em baixa. O de vendas de CDs de artistas evangélicos, no entanto, está em crescimento, se expandindo para antigos e novos cantores em meio à crise econômica. De acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), a música gospel, de diferentes correntes religiosas, transpôs de vez os altares das igrejas e mantém crescimento em torno de 15 % ao ano, o equivalente a 30% da arrecadação da indústria de mídias. Já está entre os 20 estilos mais vendidos no Brasil atualmente, superando, inclusive, muitos artistas da Música Popular Brasileira.

 

Segundo especialistas, consultores e gravadoras, estima-se que o segmento movimente cerca de R$ 1,5 bilhão por ano, só entre gravadoras, editoras, e serviços referentes à produção de CDs. É um total de 10% de todos os itens religiosos, incluindo bíblias, livros e lembrancinhas, comercializados para fiéis das igrejas pentecostais e neopentecostais. O sucesso é tanto que pelo menos dez novos CDs do segmento são lançados todo mês no País.

 

PLATAFORMAS DIGITAIS

Mas de onde vem esse milagre, já que em geral o mercado fonográfico brasileiro amargou em torno de 7% de queda nos últimos cinco anos? Analistas citam dois fatores primordiais, além do crescimento da divulgação em plataformas digitais: o Brasil já é o segundo país com maior número de evangélicos no mundo.

 

Segundo estatísticas, se continuar nesse ritmo a igreja evangélica no País alcançará metade da população no ano 2045. O outro motivo preponderante é a mudança radical de ritmos, que passaram dos antigos formatos estridentes, repetitivos, tipo campanha de político, para mais populares. Estilos como rock, sertanejo, forró, pop e suas variações, começaram a ter espaço garantido nas rádios, TVs e shows, sem preconceitos. Os chamados cantores-pregadores, como Aline Barros, Anderson Freire, Regis Danese, Cassiane, Fernanda Brum, Cassiane, Oficina G3 e Bruna Karla, por exemplo, não saem mais das paradas de sucesso.

 

“Infelizmente, hoje temos vivido tempos em que as notícias são de violência, morte ou destruição. Onde o som de um louvor chega, leva a paz de Deus, o amor Dele, a beleza do evangelho de Jesus. O povo cristão tem recebido mensagens de otimismo e esperança através das canções”, define Aline Barros. “Onde há crise para nosso rebanho que nos ouve, há Cristo. Nossas músicas tentam traduzir isso”, resume Cassiane.

 

Departamento só para música gospel

Além dos tradicionais CDs, os artistas gospel que cada vez mais frequentemente estão entre os tops dos hits mais tocados, têm aumentado fama e fortuna através de plataformas digitais. A tendência foi temas do debate Mídias Sociais e Música Digital, na Festa Nacional da Música 2015, em Canela (RS) em outubro. Maurício Soares, diretor-executivo da Sony Music, revelou que 72% do faturamento da empresa vem do meio digital, responsável por 68% da divulgação da música gospel nos últimos cinco anos. Tanto que a gravadora, após uma década de estudos, decidiu criar um departamento dedicado à música evangélica.

 

Soares justifica a decisão: “Se há alguns anos tínhamos três mil pontos de venda de discos no Brasil, hoje trabalhamos com mais de 280 milhões de celulares, pelo menos 60 plataformas digitais, e um imenso campo de oportunidades e novas tecnologias”, opinou.

 

Leia a matéria na íntegra em O Dia

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