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Após dizer que “Jesus é Salvador”, enfermeira cristã é espancada no Paquistão

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Tabitha Nazir Gill foi atacada por falsa acusação de blasfêmia em hospital do Paquistão – Foto: Morning Star News

O Paquistão é um dos países onde cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Jesus, inclusive está em quinto lugar na Lista Mundial da Perseguição em 2021, de acordo com a Portas Abertas, e, um acontecimento recente exemplifica isso; uma enfermeira cristã foi espancada por dizer que “Jesus é Salvador”.

A enfermeira Tabitha Nazir Gill, de 42 anos, foi agredida com tapas e socos por parte da equipe do Hospital Maternidade Sobhraj, em Karachi, no sul do Paquistão. Segundo a imprensa local, a enfermeira foi acusada de dizer que “Jesus é o verdadeiro Salvador” e ofender o Islã.

“Ela levou outros a dizer ‘Jesus’ para resolver seus problemas. Não fale o nome. Ela cometeu blasfêmia. Devemos enterrá-la. Vamos sacrificar nossas gerações pela dignidade dos profetas”, gritou uma enfermeira muçulmana enquanto batia em Tabitha.

OFENSA À MAOMÉ E AO ISLÃ

Um vídeo [assista abaixo] feito no momento das agressões foi publicado na internet e gerou bastante debate mundo afora. No vídeo é possível ver Tabitha sendo arrastada do terceiro para o primeiro andar do hospital, onde trabalhou por nove anos, e foi atacada por mulheres vestidas de burca com vassouras.

“Juro por Deus que não disse nada contra o profeta Maomé”, disse ela no vídeo. “Eu não fiz nada disso. Eu sou cristã. Nós não juramos, mas eu juro por Jesus e pela Bíblia. Me deixem ligar para meu marido”, implorou.

Em outras imagens, mulheres colocam um caderno e uma caneta nas mãos da enfermeira para tentar forçá-la a assinar uma confissão de blasfêmia. Ela foi amarrada com cordas e trancada em uma sala antes que a polícia fosse acionada.

“Felizmente, alguém chamou a polícia e eles prontamente chegaram ao local e salvaram a vida dela”, disse o pastor Eric Sahotra, que foi um dos primeiros a chegar à delegacia depois que os policiais levaram Nazir Gill para interrogatório. “A notícia do incidente se espalhou rapidamente pela mídia social, aumentando o temor da violência da turba fora do hospital e em outras áreas”.

A polícia interrogou e libertou Nazir Gill depois de concluir que as acusações eram falsas e baseadas em uma vingança pessoal de um colega de trabalho. No entanto, na mesma tarde, a polícia registrou um caso de blasfêmia contra ela sob a Seção 295-C do Código Penal do Paquistão, que determina a pena de morte por blasfêmia contra o profeta Maomé.

BLASFÊMIA NO PAQUISTÃO

No Paquistão, falsas acusações de blasfêmia são comuns e muitas vezes motivadas por vinganças pessoais ou ódio religioso. As acusações são altamente inflamatórias e têm o potencial de desencadear linchamentos, assassinatos e protestos em massa.

Sem presunção de inocência no Paquistão, qualquer pessoa acusada de blasfêmia pode ser presa, muitas vezes por anos, enquanto as falsas alegações ficam impunes. Em 2018, uma Comissão Especial do Senado para os Direitos Humanos e o Supremo Tribunal de Islamabad recomendaram que aqueles que fazem acusações de blasfêmia falsa recebam as mesmas punições aplicadas às condenações por blasfêmia, mas o governo rejeitou a recomendação. A recomendação também afirma que quem registra um caso de blasfêmia em uma delegacia de polícia deve trazer duas testemunhas.

A punição por blasfêmia no Paquistão varia de vários anos na prisão até a morte. Em contraste, uma pessoa que fizer uma acusação falsa enfrenta uma punição potencial de seis meses de prisão ou multa de apenas 1.000 rúpias (cerca de R$70). Embora sucessivos governos tenham reconhecido que as leis contra a blasfêmia são descaradamente mal utilizadas, pouco esforço foi feito para impedir os abusos.

O Paquistão ficou em quinto lugar na lista do Portas Abertas, organização que apoia cristãos perseguidos no mundo. O ranking traz 50 países onde os cristãos são mais perseguidos por causa da fé em Jesus. Veja a lista aqui!

 

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