Brasil
Professora evangélica é investigada por dizer em live que homossexualidade é pecado
Uma professora cristã na Paraíba está sendo investigada após dizer que a homossexualidade é “pecado” em uma transmissão em sua conta no Instagram realizada por ela no dia 1º de julho.
A investigação contra a professora Rumanelly Mendes dos Reis, foi aberta na Delegacia Especializada contra Crimes Homofóbicos e Intolerância Religiosa da Polícia Civil da Paraíba, após denúncia protocolada pela Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Paraíba (OAB-PB).
A professora Lourdes Rumanelly é bióloga e teóloga, e atua como professora em escolas de João Pessoa, na Paraíba. Ela vinha discutindo questões biológicas sob a ótica cristã em uma série de lives, quando falou sobre a homossexualidade e transsexualidade.
Naquela ocasião, Rumanelly se referiu às “práticas ditas não reprodutivas” por termos diversos como “perversão”, “abominação” e “pecado”, fazendo com que o vídeo fosse compartilhado por centenas de pessoas.
Ela chegou a citar um trecho da Bíblia para justificar sua explicação em Romanos 1:25-27, que diz: “Trocaram a verdade de Deus pela mentira […] por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros […]”.
Em uma nota publicada por ela na semana passada, Rumanelly afirmou que as lives foram uma iniciativa não extensiva às escolas onde ensina. Lembrou também que tem 13 anos de magistério e que nos vídeos vinha abordando um diálogo entre religião e ciência, com o objetivo de mostrar que ambos dialogam entre si.
A cristã declarou também que o intuito era “expor o que as ciências naturais dizem acerca da constituição do sexo do indivíduo, endossando o que a Bíblia também relata sobre o tema” e ponderou que não tinha a intenção de desrespeitar “os membros da comunidade LGBTQI+”.
O advogado da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-PB, José Baptista de Melo Neto, foi quem registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Segundo ele, as falas da professora incorreria em crime, principalmente depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu em 2019 equiparar o crime de LGBTfobia ao de racismo.
O advogado ainda disse que o fato da live ter sido transmitida no Instagram potencializa o alcance do crime, até porque a própria professora pediu para que seus seguidores dessem mais visibilidade ao vídeo, a partir de compartilhamentos na rede social.
O delegado responsável pelo caso tem até 30 dias para concluir o inquérito.
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