Onda de calor provoca mortandade de peixes na Lagoa da Pampulha

Entre domingo (12) e a noite desta quarta-feira (15), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) recolheu 961 peixes mortos na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O diretor de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, Ricardo Aroeira, classificou a situação como “atípica” e ressaltou que apenas o fim da onda de calor e a chegada da chuva poderão resolver o problema.

O calor excepcional, aliado ao baixo volume de chuvas, resulta em um nível de água reduzido na lagoa, contribuindo para a diminuição da diluição de poluentes e, consequentemente, afetando a qualidade da água. Aroeira destaca que a morte dos peixes está diretamente ligada a esse cenário.

“Enquanto esse calor fora do normal não diminuir, enquanto a chuva não começar e aumentar o volume da água da lagoa, peixes vão morrer. Esse calor é uma ameaça aos animais e à saúde humana”, alertou Ricardo Aroeira.

Meteorologistas preveem que o calor persistirá até domingo (19), embora nesta quinta-feira (16) haja a possibilidade de pancadas de chuva rápida. No entanto, as chuvas não serão suficientes para amenizar significativamente o calor. A temperatura mínima foi de 27°C, com uma máxima estimada de 38°C.

A mortandade de peixes na Lagoa da Pampulha é agravada pela poluição crônica do local. O baixo volume de água e a concentração de poluentes reduzem a oxigenação, contribuindo para a morte dos animais. Ricardo Aroeira afirmou que, apesar de peixes mortos serem encontrados diariamente, a quantidade significativa atual é incomum. Os peixes foram encontrados espalhados pelos 18 quilômetros da lagoa.

O administrador de empresas e maratonista Romeu Drummond Caldeira, frequentador assíduo da região, relatou ter visto mais de 300 peixes mortos durante sua corrida pela orla. Ele destacou o impacto visual e olfativo, evidenciando a magnitude do problema no tradicional cartão postal de Belo Horizonte.