Saiba qual era a religião da apresentadora Glória Maria

O Brasil acordou de luto nesta quinta-feira (02/02), com a notícia da morte da jornalista e apresentadora Glória Maria, um dos nomes mais admirados da televisão brasileira. A jornalista morreu aos 73 anos, no Rio de Janeiro, após luta contra o câncer.

Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão. O tratamento com imunoterapia teve sucesso. Depois, ela sofreu metástase no cérebro, que também pôde, inicialmente, ser tratada com êxito por meio de cirurgia, mas os novos tratamentos não avançaram.

A informação da morte foi confirmada pela TV Globo, empresa pela qual ela exercia a profissão desde o início dos anos 1970. A notícia da morte é o assunto do dia nas redes sociais, com milhares de mensagens de luto e lamentações.

RELIGIÃO DE GLÓRIA MARIA

A apresentadora nunca falou abertamente sobre qual era sua religião. Em poucas entrevistas, a veterana do jornalismo se dizia católica, sempre mencionava Deus em suas conquistas pessoais, mas, também, estudava outras diferentes doutrinas, como budismo e cabala.

Em 2016, ao realizar uma matéria para o “Globo Repórter”, da TV Globo, Glória participou de um ritual religioso em um templo rastafári, no qual usou maconha. Na ocasião, a apresentadora foi até o país caribenho para mostrar a cultura e as tradições do país, onde o uso da maconha é permitido para fins religiosos.

Tempo depois, ela concedeu algumas entrevistas para falar sobre a experiência que teve, revelando que era católica: “Estava com muito medo porque não sabia o que era aquilo. Uma coisa é ouvir falar de maconha, erva. Outra é ver uma cabaça de coco cheio de uma erva. Eu saí de mim. Só voltei uma dez horas depois”, contou ela.

“Eu não era mais eu, Glória Maria. Eu incorporei uma outra pessoa e eles me consideram uma divindade porque eu fumei e não engasguei. Eles viram que eu saí de mim. Quando acabou, eles disseram, ‘você é uma rastafári’. Eu disse, ‘sou católica com preceitos budistas e da cabala”, revelou ela.

Glória Maria confirmou que também seguia regras do budismo, uma doutrina espiritual e filosófica criada pelo indiano Siddhartha Gautama, o Buda, que considera o poder da reencarnação humana, de animais e das plantas, e acredita que as escolhas para se chegar à libertação dos sofrimentos estão no autoconhecimento.

Além disso, se dizia interessada pela cabala. Cabala é um método esotérico que engloba um conjunto de ensinamentos relacionados com Deus, o universo, o homem, a criação do mundo, a vida e a morte. É uma mística esotérica judia que se fundamenta na revelação de Deus a Adão e a Moisés.

MENÇÃO À DEUS, E BATISMO DAS FILHAS

Vale lembrar que, em 4 de outubro de 2014, Glória Maria reuniu amigos na cerimônia de batizado das filhas Laura, que tinha cinco anos, e Maria, de seis. O evento aconteceu em uma igreja católica, a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao programa Roda Vida, em 2022, Glória falou sobre religião, fé e momentos de espiritualidade durante sua vida. Disse que, apesar de sua família ter sido da umbanda, sempre teve fé em tudo. Disse que tem amigos mulçumanos, árabes e judeus: “Se eu estou aqui conversando com vocês, é por causa da minha fé que eu perdi em nenhum minuto”, disse naquela ocasião.

“Já subi o Himalaia duas vezes. Não chegaríamos lá se não fosse pela fé, por causa do tempo, do horário, estávamos acabados. E não fomos até a última parte, fomos até o acampamento base. Foi pela fé que a gente chegou lá. Mas, fé em que? Não sei, foi pela fé”, disse.

Quando Glória Maria descobriu o câncer, ela chegou a afirmar que descobriu a doença sem querer, após um incidente em sua casa. Afirmou também que o tumor, na verdade, era uma “bomba relógio” em sua cabeça, e que acredita ter sido agraciada com um milagre de Deus, coisa que antes não acreditava.

“Mas Deus tenho certeza agora gosta de mim. Enviou o mensageiro dr Paulo Niemeyer para me resgatar. Ele montou uma operação de guerra. Corrida contra o tempo! 6 hs de cirurgia. CTI. Sobrevivi!! Hoje acredito em milagre!!”, afirmou.

Tempo depois, ela conseguiu retirá-lo a tempo, mesmo o tendo descoberto por acaso, e a agradeceu a Deus: “Meus bebês cresceram. Mas depois de 8 meses longe de tudo me recuperando já podemos comemorar e brincar! Graças a DEUS venci essa batalha”, comemorou.

Na Globo desde 1971, a carioca foi a primeira repórter a entrar ao vivo e em cores no Jornal Nacional. De 1998 a 2007, ela apresentou o Fantástico e, desde 2010, integrava a equipe do Globo Repórter.