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Vem crescendo o número de norte-coreanos que tem contato com a Bíblia apesar da perseguição

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A Coreia do Norte, liderada por Kim Jong-un, é classificada como o pior país para perseguição cristã na lista mundial da perseguição publicada anualmente pela organização Portas Abertas – Foto: Reprodução/Instagram

Conforme o livro branco anual sobre liberdade religiosa na Coreia do Norte o número de norte-coreanos que responderam que “tiveram a experiência de ver a Bíblia” aumentou 4% a cada ano desde 2000. Pois antes dos anos 2000, apenas 16 pessoas afirmavam ter visto uma Bíblia. Mas depois deste período, cerca de 559 desertores norte-coreanos disseram ter visto uma Bíblia. Embora a literatura religiosa esteja proibida no país isolado.

Ainda que os  dados sejam limitados, o NKDB começou sua pesquisa sobre perseguição religiosa em 2007. Para que pudesse fazer a pesquisa deste ano, o grupo coletou informações de 1.234 pessoas e 1.411 casos de perseguição religiosa.

O último relatório descobriu que o número de entrevistados que testemunharam sobre a proibição de atividades religiosas permaneceu o mesmo entre 2007 e 2020. Além disso, o grupo também foi questionado sobre o nível de punição para atividades religiosas no país. Cerca de 46,7% dos entrevistados responderam que têm que ir para campos de prisioneiros. No entanto, 38,6% não souberam dizer por não saberem nada sobre religião.

A perseguição religiosa aumentou muito depois que o líder Kim Jong Un emitiu uma ordem em abril de 2014. Esta ordem diz para “prender pessoas que tenham contato com o Cristianismo”. Desde então, as forças de segurança têm procurado de modo ativo por adeptos religiosos. Até mesmo no interior da China, os funcionários do Departamento de Segurança Nacional e da Embaixada estão se movendo para prender pessoas que entraram em contato com a fé em Cristo.

O relatório também compartilhou testemunhos de vários desertores norte-coreanos.

A perseguição religiosa

Um desertor que mora na Coréia do Sul contou a história de uma conhecida que foi morta por causa de sua fé cristã. Disse que quando morava na Coréia no Norte não sabia que a mesma praticava a religião. Porém, quando voltou para casa soube da notícia da morte dela. E só quando perguntou o motivo de sua morte, soube da fé que ela tinha.

“Ela acreditava no Cristianismo. Ouvi dizer que ela acreditava em Deus”, relatou o desertor. Que também contou que a conhecida foi presa sozinha enquanto a família inteira deixou a cidade, porque também praticavam a religião. Além disso, ouviu dizer que a agrediram ao ponto dela soltar excrementos. “Ouvi dizer que a secaram até a morte por não lhe darem uma gota d’água. Ouvi dizer que ela morreu depois de sofrer como um cachorro”.

O pastor Eric Foley, da Voice of the Martyrs Korea, que está aguardando acusações pelo lançamento de balões bíblicos na Coreia do Norte, também deu seu testemunho. Ele disse que apesar da regressão à religião, “Deus está encontrando maneiras de levar Bíblias para a Coreia do Norte”. E acrescentou: “Estamos maravilhados com as avenidas que Ele está abrindo. Por favor, ore para que continue. Ore para que Deus seja glorificado”.

Em vários casos, houve execução de prisioneiros que estavam com uma Bíblia ou panfletos religiosos por um pelotão de fuzilamento. Enquanto outros foram presos numa gaiola de eletricidade e se alimentavam com sopa rala. Aliás, também houve execução de outros por contrabandear páginas da Bíblia da China para os norte-coreanos fazerem livros de orações.

Alguns outros relatórios

O relatório do NKDB comprova relatos anteriores sobre as restrições à liberdade religiosa no país. O qual é classificado como o pior perseguidor de cristãos no mundo na Open Door USA’s World Watch List.

E um relatório recente da Iniciativa Coreana do Futuro, com sede em Londres, identificou mais de 200 cristãos punidos por crimes. Que incluía prática religiosa, atividades religiosas na China, posse de itens religiosos, contato com pessoas devotas, frequência a locais de culto e compartilhamento de crenças.

 

 


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