Minas Gerais
Delegado suspeito de assediar escrivã que morreu é indiciado pela polícia de MG
A Polícia Civil de Minas Gerais finalizou o inquérito que investiga as circunstâncias da morte da escrivã Rafaela Drumond, indiciando o delegado Itamar Cláudio Netto por condescendência criminosa. O investigador Celso Trindade de Andrade foi reconhecido por cometer crime de injúria, mas não será processado penalmente devido ao prazo para a denúncia ter expirado. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) agora irá avaliar o caso.
Desdobramentos do Caso
Segundo o apurado, Celso Trindade de Andrade era colega de trabalho de Rafaela na Delegacia de Carandaí e é visto em vídeos a insultando. A escrivã havia enviado áudios a uma amiga onde detalhava episódios de assédio moral e sexual que teriam sido cometidos por ele.
Por sua vez, Itamar Cláudio Netto, único delegado de Carandaí à época, foi indiciado por condescendência criminosa. Este crime é caracterizado quando uma autoridade deixa de responsabilizar um subordinado que cometeu infração ou não reporta o fato às autoridades pertinentes. O delito prevê pena de quinze dias a um mês de prisão ou multa.
Vozes e Silêncio
Rafaela havia comunicado o delegado sobre os assédios que sofria, mas foi desencorajada por ele a prosseguir com a denúncia. O advogado da família Drumond, Hugo Viol Faria, declarou ao G1 que o indiciamento corrobora que o “tratamento vexatório” sofrido na Polícia Civil foi um dos fatores que levaram Rafaela a tirar a própria vida, adicionando que continuará a luta para que “isso não ocorra novamente com outras pessoas”.
Enquanto isso, o advogado que representa Celso Trindade de Andrade afirmou que se pronunciará após ter acesso ao inquérito. A Polícia Civil de Minas Gerais decidiu não comentar o caso e o delegado Itamar Cláudio Netto não foi encontrado para prestar declarações.
Cronologia e Proximos Passos
A triste sequência de eventos se iniciou com a denúncia de Rafaela sobre os assédios sofridos, evoluindo para uma investigação sobre indução ao suicídio, hipótese não confirmada pelo inquérito.
A complexidade do caso fez com que a Corregedoria-Geral em Belo Horizonte assumisse a investigação, que contou com depoimentos, análises de dados telefônicos e elaboração de laudos periciais. Todo o processo agora se encaminha para avaliação do MPMG de Carandaí, que tem 15 dias para decidir sobre a denúncia à Justiça, abrindo ou não caminho para o julgamento.
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