Brasil
Ministro da Justiça defende que cristãos possam discordar do homossexualismo
André Mendonça, Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, usou sua conta oficial no Twitter em dezembro, para defender a cantora gospel Ana Paula Valadão após ser alvo de investigação do Ministério Público Federal por falas em um culto de 2016. Além disso, o ministro falou em perseguição religiosa contra os cristãos no país.
A cantora está sendo investigada pelo (MPF) por declarações consideradas homofóbicas durante o Congresso Diante do Trono, em 2016, na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte. Na ocasião, as falas foram ditas ao vivo no Youtube e na Rede Super de Televisão.
De acordo com André Mendonça, a acusação “não significa que o cristão deva concordar ou não.” Ele disse ainda que o cristão tem o direito de “questionar o homossexualismo com base em suas convicções religiosas”. O próprio STF assim reconheceu. Os direitos às liberdades de expressão e religiosa são inalienáveis!”
Liberdade religiosa é inalienável
O ministro do governo Bolsonaro expressou seu repúdio contra a acusação que Ana Paula Valadão vem sofrendo. Depois da publicação, diversas pessoas questionaram André por defender a líder da Banda Diante do Trono. Mas, houve quem concordasse com o titular da pasta da Justiça. Leia a mensagem completa de André Mendonça abaixo:
“Respeito os homossexuais. Aliás, respeito é um princípio cristão! Contudo, isso não significa que o cristão deva concordar ou não possa questionar o homossexualismo com base em suas convicções religiosas. O próprio STF assim reconheceu. Os direitos às liberdades de expressão e religiosa são inalienáveis!”, disse.
“Por isso não aceito o processo de perseguição a que está sendo submetida a cantora e evangelista Ana Paula Valadão. Espero que a Justiça garanta os direitos desta cidadã brasileira, assim como tem garantido os direitos à liberdade de expressão de quem pensa em sentido contrário”, escreveu Mendonça.
Apoio dos evangélicos
Desde que o vídeo da cantora começou a circular nas redes sociais – dizendo que homossexualidade é pecado e relacionou a prática à Aids – Ana tem recebido apoios de cristãos, principalmente de líderes religiosos. Entre eles o pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), que resolveu se pronunciar sobre o inquérito aberto pelo MPF para a investigar fala da cantora gospel Ana Paula Valadão sobre homossexuais e Aids. O líder religioso saiu em defesa da cantora e falou em perseguição religiosa.
“Estão promovendo uma verdadeira perseguição religiosa! Fica aqui o meu protesto, a minha indignação! A minoria não pode calar a maioria! Como é que falam em estado laico e quer determinar o que a gente vai falar no culto?”, esbravejou Silas.
“É uma vergonha, é uma afronta ao estado democrático de direito. Fica aqui o meu protesto e a minha indignação. Deus tenha misericórdia do Brasil e dê juízo a essas autoridades, e que a justiça seja feita. Deus abençoe a todos.”, terminou ele.
Denúncia de homofobia
A cantora Ana Paula Valadão foi processada por crime de LGBTfobia por dizer também que homossexualidade é pecado e relacionar a prática à Aids, durante um culto de 2016 exibido pela TV Rede Super. “Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher. E é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências”, disse Ana Paula sobre a homossexualidade.
“A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou, de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Está aí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim…”, disse a cantora na época.
O ativista LGBTI+ Agripino Magalhães pediu que o MP de Belo Horizonte, em Minas, abrisse um inquérito para apurar crime de homofobia nas declarações, pedido feito em setembro deste ano. Em novembro, o procurador Helder Magno da Silva determinou a abertura de inquérito contra a cantora.
No inquérito, o MPF diz que “a situação, na forma em que foi narrada, caracteriza-se como ‘discurso de ódio’, restando ao estado o dever de proteger as vítimas e responsabilizar os infratores, de maneira que essa atuação é ainda mais necessária no atual cenário brasileiro, em que a homofobia se encontra tão presente e multiplicam-se casos de ódio e intolerância”.
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