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Política

Saiba quem é André Mendonça, advogado, pastor e novo ministro da Justiça

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Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta terça-feira, (28), André de Almeida Mendonça, de 47 anos, para o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O advogado agora deixa a Advocacia-Geral da União e ocupa a vaga deixada por Sergio Moro. O novo ministro da Justiça, que também é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, integrava a AGU desde 2000, quando encerrou sua atividade como advogado concursado da Petrobras (1997-2000).

Em outubro de 2002 o advogado publicou no jornal Folha de Londrina um artigo sobre a eleição do ex-presidente Lula (PT).

Intitulado “O povo se dá uma oportunidade”, o texto tem tom otimista. Nele, Mendonça afirma que “o Brasil cresceu e seu povo amadureceu, restando consolidada a democracia não só porque o novo presidente foi eleito pelo povo, mas porque saiu do próprio povo“.

Fato inédito no Brasil. Um país, até então, governado por reis, por presidentes escolhidos em gabinetes ou ainda quando eleitos, lideranças formadas nas camadas sociais mais privilegiadas, sem experiência vivencial com a realidade dos milhões de brasileiros miseráveis e marginalizados (…), pelos próximos quatro anos será governado por um líder popular – escreveu na época.

Horas depois de sua nomeação ter sido publicada, Mendonça fez uma publicação nas redes sociais em aceno ao presidente.

Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro por confiar a mim a missão de conduzir as políticas públicas de Justiça e Segurança do nosso país – escreveu. O novo ministro da Justiça afirmou que seu compromisso “é continuar desenvolvendo o trabalho técnico que tem pautado minha vida”.

Evangélico, disse contar com o apoio do povo brasileiro e encerrou pedindo “que Deus nos abençoe”.

Mendonça foi corregedor da AGU na gestão de Fábio Medina Osório, no governo Michel Temer. Ele chegou ao governo Bolsonaro por indicação do ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Wagner Rosário, com o apoio da bancada evangélica.

A sua transferência para a Justiça teve o apoio da cúpula militar e a articulação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), José Dias Toffoli. A expectativa agora é a de que ele melhore a relação de Bolsonaro com o Poder Judiciário.

A transferência de Mendonça fortalece a indicação de seu nome para uma das duas vagas a que Bolsonaro terá direito de preencher no STF. O presidente já disse que considera o ministro, a quem se referiu como “terrivelmente evangélico“, a um dos postos. A indicação atenderia a um apelo da bancada evangélica, que pediu ao presidente que um representante deles ocupe um cargo no Supremo, na tentativa de tornar o perfil da corte mais conservador.

Pelo critério de aposentadoria compulsória aos 75 anos dos ministros do Supremo, as próximas vagas serão as de Celso de Mello, em novembro deste ano, e Marco Aurélio Mello, em julho de 2021. O presidente indica o nome, que deve ser aprovado em seguida pelo Senado.

Mendonça conheceu Bolsonaro em 21 de novembro de 2018, no mesmo dia em que foi escolhido para comandar a AGU. A conversa, no gabinete da transição no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de Brasília, durou cerca de 40 minutos. ​O então presidente eleito nada perguntou. Os questionamentos ficaram a cargo do general Augusto Heleno, que assumiria o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e de Jorge Oliveira, hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência —responsável por analisar o currículo de Mendonça e apresentá-lo ao chefe.

O agora ministro da Justiça disse ao presidente eleito que, como ele havia se proposto a governar na contramão do presidencialismo de coalizão, construindo uma nova forma de diálogo e relacionamento com o Congresso, enfrentaria um período de maior resistência da chamada política tradicional.

Com a nomeação de Mendonça, a tendência é a de que Bolsonaro faça uma cisão no Ministério da Justiça e recrie a pasta da Segurança Pública. Neste caso, a expectativa de assessores do presidente é que ele nomeie o secretário de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Oliveira, para a função. Anderson conta com o apoio do ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), amigo de Bolsonaro.

*FolhaPress

 

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