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O Evangelho e a Sapucaí

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O Evangelho e a Sapucaí

Índio é mostrado crucificado na avenida – Foto: João Paulo Saconi

No último feriado de carnaval o enredo de uma das escolas de samba do Rio de Janeiro chocou o Brasil e foi motivo de muitas polêmicas: apresentaram um Jesus que deixou de ser de Nazaré e passou a ser índio, favelado, mulher, militante. Na ocasião, a manifestação teve o objetivo de ser, sobretudo uma crítica às lideranças cristãs do Brasil.

O Evangelho e a Sapucaí

Mangueira coloca mulher crucificada – Foto: João Paulo

Sobre este tema, muito pode ser dito: qual o limite da liberdade de expressão, a utilização de narrativas religiosas para defender pautas políticas, a oposição ou não ao governo instituído, etc. No entanto, não é este o meu objetivo. Quero falar sobre o Evangelho e sua missão frente ao ocorrido. O Evangelho do Senhor Jesus fala a respeito da decisão de Deus em amar e perdoar homens culpados pelo pecado. Jesus é o Salvador do mundo, não índio, mulher ou morador das periferias do Brasil, mas Salvador também destes.

Em primeiro lugar precisamos nos lembrar de quem Jesus é. Jesus não é alguém vulnerável que precisa de defensores. Também não é alguém incerto sobre sua identidade e reputação que necessita de que seu nome seja aplaudido e celebrado por outros. Ele é Deus! Rei dos reis, Senhor dos senhores! Jesus era antes de todas das coisas, e nEle tudo foi criado e tudo subsiste. Jesus veio ao mundo para cumprir a Lei de Deus e para pagar o preço de perfeição que ela exigia e que nenhum outro nome poderia pagar.

Ele morreu sem pecado, mas tomou sobre si os pecados dos homens e foi abandonado na cruz para que os homens não fossem abandonados eternamente, mas foi ressuscitado por Deus Pai dentre os mortos, recebeu autoridade sobre tudo e todos, e está à destra de Deus até o momento em que voltará ao mundo para julgar vivos e mortos. Esse é Jesus de Nazaré, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Nada e ninguém podem diminuir sua glória, poder e majestade. Ele é o Deus e Dono da Sapucaí, do Brasil, da Terra e do Universo.

Em segundo lugar precisamos nos lembrar de que sendo quem é, decidiu nos amar mesmo estando nós mortos e perdidos em nossos pecados. Quero voltar meus olhos para o evangelho de Lucas no capítulo 23, quando o médico narrou a crucificação de Cristo. Naquela multidão que pediu pela crucificação havia todo tipo de gente: mulheres e homens, ricos e pobres, poderosos e gente comum. Ali houve muito escárnio, zombaria e oposição ao Salvador. Jesus foi pendurado numa cruz ao lado de dois malfeitores, suas roupas foram roubadas e divididas, os soldados colocaram vinagre em sua boca, e tudo o que Jesus disse foi “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”. Em seguida, diante da fé de um daqueles malfeitores que disse “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”, sua resposta foi “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”.

O Evangelho é a mensagem de salvação para todos nós. Jesus de Nazaré é aquele que pode amar os perdidos da Sapucaí. Talvez, quem sabe, no meio da multidão Ele mesmo não tenha visitado alguém ali com arrependimento, amor e quebrantamento? Ele disse que veio não para os que estão bem, mas para os que precisam de cura.

Que seja essa uma oportunidade de nos lembrarmos de quem Jesus é, e da missão que deixou para nós: amar a Deus, amar o próximo e pregar o Evangelho a toda Criatura.


 Israel Abreu é mineiro de Itabira/MG, possui 26 anos e é apaixonado por café e queijo. É cristão, casado e pastor auxiliar na Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte/MG. Israel é formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Reverendo Denoel Nicodemus Eller e fazendo mestrado em Ministério Pastoral pelo Centro de pós-graduação Andrew Jumper da Universidade Mackenzie. Você pode acompanhá-lo em suas redes sociais e no YouTube: Israel Abreu.

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