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Há mais mortes e casos de dengue que os notificados, diz ministro

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Dengue — Foto: Agência Estadual de Notícias

Temporão afirma que hospitais da rede privada demoram a fazer notificações. Ministro fecha acordo com representantes do setor e anuncia novas medidas.

No dia em que o número de pessoas infectadas por dengue no município do Rio de Janeiro ultrapassou a marca de 30 mil, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se reuniu com representantes das operadoras de seguro e dos planos de saúde. Agilizar as notificações de casos de doença dos hospitais particulares no estado foi uma das medidas anunciadas que serão implementadas na parceria entre entidades de saúde da rede privada e a Secretaria estadual de Saúde do Rio.

“Certamente o número de casos (de dengue) e de letalidade (mortes) são maiores. A subnotificação leva a uma resposta fragilizada dos órgãos de saúde”, afirmou o ministro que, ao lado do secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, se reuniu com o representante das operadoras de planos de saúde, Heráclito Brito, e o presidente da Confederação Nacional de Saúde do Rio, José Carlos Abrahão.

Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o número de casos notificados subiu para 31.288 na cidade do Rio de Janeiro. Somente em 2008, 31 pessoas morreram por causa da doença no município. Desde janeiro, 54 pessoas morreram de dengue em todo o estado.

“Pelo menos 45% da população do município do Rio possuem cobertura de algum plano de saúde. Por isso é importante essa conexão, esse intercâmbio, com a rede que atende o setor privado, para que haja um esforço para aumentar o número de notificação dos casos para que a gente tenha uma dimensão clara do problema”, disse Temporão.

Notificação online

Ficou acertado no encontro que a notificação será feita online, sem a burocracia que exigia o preenchimento de formulários pelos médicos para transmitir as informações sobre os casos às autoridades sanitárias que consolidam os dados. A rede privada também passará a usar o “cartão da dengue”, para acompanhar o histórico de atendimento dos pacientes.

A partir de segunda-feira (31), dois representantes dessas entidades privadas começam a participar das ações coordenadas pelo Gabinete de Crise de combate à dengue. A outra medida é que o setor privado adote também as unidades de hidratação para intervir precocemente e diagnosticar os sintomas da doença. O ministro disse que serão usados os espaços de alguns laboratórios da rede em horários de ociosidade, já que possuem cadeiras e condições para o atendimento.

Sobre a contribuição do setor para aumento de número de leitos, Temporão disse que espera contar com as entidades privadas e filantrópicas “caso haja necessidade, já que eles também estão enfrentando dificuldades”. A outra recomendação é para que o Hemorio utilize sangue de forma estritamente técnica. “A doação e o uso de sangue nesse momento são fundamentais”, afirmou Temporão.

Sem epidemia em outras cidades

Temporão descartou a hipótese de uma epidemia, como a do Rio, em outros municípios brasileiros. “Não há risco de epidemia fora do Rio. Estamos monitorando e oficiando as outras prefeituras em todo o Brasil com o combate constante ao vetor e orientações de assistência. Faremos isso o ano inteiro e de forma continuada para melhorar a qualidade e reduzir a letalidade”, disse, acrescentando que esse plano já prevê resultados para 2009.

O ministro afirmou ainda que “não há comprovação” de dengue do tipo 4 no Brasil, como chegou a ser cogitado por uma publicação estrangeira. “Isso é apenas uma hipótese, sem comprovação de que é um fato real”. Ele se disse preocupado, caso tenha havido saída de material biológico do Brasil sem autorização. “Isso me preocupa, já que nossos pesquisadores e autoridades sanitárias não foram informados. O que configura crime. Mesmo assim, vamos fazer os retestes”.

Como as crianças têm sido as maiores vítimas da dengue, o secretário Sérgio Côrtes anunciou que está sendo produzida, em parceria com a Secretaria estadual de Educação, a publicação de uma revista criada por Ziraldo em cima do personagem Menino Maluquinho. “São dois milhões de exemplares que serão distribuídos ainda este ano. Queremos chamar a atenção das crianças para sensibilizar os pais”, disse.

Fonte: G1

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