Conecte-se conosco

Brasil

“Pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele”, diz mãe do menino que caiu do 9º andar

Publicado

em

Foto: Reprodução

A mãe do pequeno Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu ao cair do 9º andar de um prédio em Recife/PE, falou sobre a perda do filho. Mirtes Renata Souza fez um desabafo sobre a morte do filho e da patroa que ficou olhando o garoto enquanto Mirtes foi passear com o cachorro da casa. A patroa, que não teve o nome divulgado, é acusada por homicídio culposo.

O caso aconteceu na última terça-feira (02), quando Mirtes que era empregada doméstica, saiu para trabalhar em um apartamento de luxo na Zona Oeste de Recife. A empregada trabalhava há quatro anos e cuidava do apartamento de Sérgio Hacker, prefeito da cidade de Tamandaré, no litoral do estado e que é esposo da patroa de Mirtes. A mulher levou o filho, pois não tinha com quem deixar o garoto, devido ao fechamento das escolas por causa da pandemia do coronavírus.

 

Leia Mais:

+Homem é soterrado em vala e sobrevive: “Só pensei em Deus e me entreguei”

+Relembre o testemunho da cantora Fabiana Anastácio: “O convite de satanás”

+Projeto em MG fará teste de medicamentos contra o coronavírus

 

O garoto de 5 anos morreu, após entrar no elevador de serviço atrás da mãe, que havia saído para passear com o cachorro da família para a qual trabalhava. Câmeras do circuito interno do edifício mostram o momento que o menino entra no elevador e a patroa, aperta o botão do último andar e a porta se fecha. O apartamento dos patrões ficava no 5º andar. Segundo a investigação, Miguel ficou no elevador sozinho e desceu no 9º andar. Lá ele escalou uma grade na área dos aparelhos de ar-condicionado, que fica na ala comum do andar, fora do apartamento, e caiu.

– Eu não consigo mais entrar no quarto direito. Eu vejo a cama do meu filho, mas não vejo meu filho ali. Eu olho para aquela bicicleta, mas não vejo meu filho naquela bicicleta. Eu olho para todos os cantos da casa e não vejo meu filho. Tá muito difícil – Conta Mirtes em entrevista à repórter Sabrina Rocha, da Rede Globo, veiculada pelo Bom Dia Pernambuco na manhã desta quinta-feira (04).

Mirtes conta que, ao retornar para o edifício, foi avisada pelo zelador que alguém havia caído do prédio.

– Quando eu abri a porta, eu vi meu filho ali, estirado no chão. ‘Meu filho, não deixa mãe, filho’. Aí eu peguei, devagarzinho, virei ele. Eu disse ‘meu amor, meu amor, mamãe tá aqui, não deixa mamãe, respira’. Toquei nele aqui (pescoço), ele ainda tava tendo pulsações, ele tava respirando, mas assim, ele não piscava, só olhava fixo”  Lembra a mãe.

Em seguida, de acordo com Mirtes, ela gritou pedindo ajuda à patroa, que desceu e, junto com um médico, morador do edifício, levou Miguel de carro para o Hospital da Restauração, pois segundo o médico, Miguel precisava ser urgentemente socorrido.

– Não demorou muito não e veio a notícia que meu filho virou estrelinha, que meu filho tá lá junto com Jesus e Maria. Ele tá lá no colinho de Maria. Eu pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele para ele para ele permanecer vivo porque ele era minha razão de viver. Aquela criança era minha razão de viver. Eu fazia tudo por ele para ter a felicidade dele, para ter o bem estar dele – Relata a mãe emocionada.

A empregada doméstica pediu demissão após saber de toda a situação envolvendo a patroa. Ela acredita que “faltou paciência” por parte dela a quem entregou seu filho enquanto precisou se ausentar da casa a fim de cumprir seu trabalho.

– Eu não vou dizer que eu tô com raiva, que eu tô com ódio dela porque a dor pela morte do meu filho tá prevalecendo, mas eu espero que a justiça seja feita porque se fosse o contrário, eu acho que eu não teria nem direito a fiança. Porque foi uma vida, uma vida que se foi por um pouco de falta de paciência. Deixar uma criança sozinha, dentro de um elevador, isso não se faz”, acrescenta Mirtes.

– Eu vou lutar, eu vou batalhar nem que eu vá morar debaixo da ponte, mas eu vou batalhar para que a morte do meu filho, meu único filho seja resolvida, que a justiça seja feita”. “Eu vou lutar, eu vou batalhar nem que eu vá morar debaixo da ponte, mas eu vou batalhar para que a morte do meu filho, meu único filho seja resolvida, que a justiça seja feita – Disse ela.

Destaques do Mês

Você não pode copiar o conteúdo desta página