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Covid-19: Universidade diz que Venezuela possui 30 mil óbitos, país relata ter apenas 11 mortes

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Foto: Reprodução

Os números do coronavírus na Venezuela, onde o governo de Nicolás Maduro relatou 11 mortes, são falsos e “absurdos”, segundo a Human Rights Watch (HRW) e a Universidade Johns Hopkins no EUA.

– Acreditamos que os números, as estatísticas fornecidas pelo governo venezuelano, as estatísticas de Maduro, são absolutamente absurdas e sem credibilidade –  disse José Miguel Vivanco.

 

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José Miguel Vivanco é diretor da HRW para as Américas, em uma videoconferência nesta terça-feira (26), apresentando o terceiro relatório das duas organizações sobre a situação humanitária no país sul-americano.

– Em um país onde os médicos nem sequer têm água para lavar as mãos nos hospitais, onde o sistema de saúde está totalmente em colapso. Onde há superlotação nos bairros e prisões (…) afirmar que há apenas mil infectados e apenas dez mortos não parece confiável – Afirmou o diretor.

Segundo o governo venezuelano, até o último domingo (24), passado o vírus deixou 1.121 infectados e 10 óbitos no país de 30 milhões de habitantes.

 

30 mil óbitos por Covid-19

Kathleen Page, médica e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, foi quem entrevistou equipes de saúde venezuelanas para o relatório. Ela disse que uma estimativa conservadora colocaria o número de mortos pelo vírus na Venezuela em “em pelo menos 30.000”, pois a maioria da população vive sem água, sem sabão e sem álcool.

Page disse que o governo afirmou ter feito mais de 300.000 testes para o coronavírus, mas o tipo de exame utilizado tem uma alta taxa de falsos negativos.

– A Venezuela tem 30 milhões de habitantes e com as condições atuais. Disso, 25% da população carece de água encanada sistematicamente e precisa sair para buscá-la…, digamos que uma estimativa conservadora seja que 1% esteja infectado com coronavírus – Disse.

– Seriam 300.000 casos e se desses, 10% morressem, “seriam pelo menos 30.000 mortes… Sendo extremamente conservadora – Afirmou.

 

“70% não têm acesso à água, sabão ou álcool”

Page disse que no momento, na Venezuela, 60% dos hospitais reportam falta de luvas ou máscaras e mais de 70% não têm acesso à água, sabão ou álcool em gel.

 – É uma situação realmente dantesca, onde os médicos precisam trazer sua própria água para lavar as mãos ou beber. E onde os pacientes também não têm água – Disse ele denunciando que cirurgiões tem que lavar as mãos com a água que cai do ar condicionado para se preparar antes da cirurgia.

Outros médicos e enfermeiras relataram o mau cheiro “de fezes, vômito e urina” nos hospitais. Além disso, os familiares dos pacientes estão limpando banheiros e que às vezes os doentes são convidados a ir ao jardim para se aliviar.

– Isso faz você pensar se é melhor ficar em casa ou ir a um hospital onde há risco de outras infecções – Disse.

– A Venezuela, devastada por uma crise sem precedentes e sem água corrente em 70% de seus hospitais, têm uma ditadura que oprime jornalistas. E equipes médicas que tentam relatar o que está acontecendo, e que “esconde números – Segundo Vivanco – É uma bomba-relógio – Alertou.

Louis Charbonneau, diretor da HRW para as Nações Unidas, instou a comunidade internacional a pressionar a Venezuela. Ele pediu para que todos pedissem para que o país abrem suas portas para que uma ampla ajuda humanitária liderada pela ONU chegue ao país.

– Instamos o secretário-geral António Guterres e o coordenador de ajuda humanitária da ONU, Mark Lowcock. Ele vai liderar esses esforços e o governo de Maduro a permitir que equipes médicas e humanitárias realizem seu trabalho sem medo de represálias – Disse.

 

*France Press

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