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“Repudiamos o racismo”, diz Coral Kemuel, após acusação na internet

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Foto: Pedro Henrique

O Coral Kemuel, um dos mais relevantes grupos vocais do cenário cristão no Brasil, se manifestou sobre a acusação de racismo feita pela cantora Elisangela Silva, ex-integrante do grupo. A nota de repúdio postada no último sábado (06), nas redes sociais do grupo, teve o objetivo de defender a equipe e negar que tenham cometido tal crime.

Elisangela Silva que também é professora de canto, em uma série de vídeos no Instagram, na função stories, na última sexta-feira (05), relatou situações constrangedoras e ofensas que teria sofrido quando ela fazia parte do coral. O motivo segundo ela, seria por causa do seu cabelo e o tamanho do seu nariz. Elisangela contou que no mundo gospel muitos usam o talento de pessoas negras para ganhar notoriedade e depois os descartam. A cantora ainda revelou o que ouviu do pastor líder do grupo.

 

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– ‘Eu vou fazer uma formação só de gente branca, só de pessoas bonitas’ – Relembra Elisangela – Eu era tratada de uma forma e quando eu colocava o cabelo cacheado, o mega eu era hostilizada… Eu sou negra, eu tenho características de uma negra – Disse ela.

Logo os vídeos ganharam repercussão no Twitter em todo o final de semana. Muitos internautas defenderam a ex-integrante, mas muitos a acusaram de tentar ganhar fama com o caso. O cantor Isaias Saad foi um dos primeiros a compartilhar o caso e questionou como “alguém consegue cantar sobre Jesus sendo racista”.

– Acabaram de me enviar o Instagram de uma mulher negra que está expondo que sofreu diversos atos racistas dentro de uma banda gospel, por conta do tamanho do seu nariz e pelo seu cabelo. Não entendo como tem gente que consegue cantar sobre Jesus sendo racista. Elisangela foi rejeitada do sistema do “mundo gospel” por conta do seu cabelo e pelo tamanho do tamanho do seu nariz. Quem esse povo acha que é pra rejeitar as pessoas? Vai ter Elisangela gravando vocal no meu próximo projeto sim! – Disse o cantor.

 

Nota de Repúdio

O Coral Kemuel nasceu em 2007 e já possui grandes sucessos lançados. O grupo é formado por David e Eliane Marx, Beresix, Priscila Olly e Heric Tolentino. Diante da acusação de racismo e da repercussão do caso, os integrantes publicaram uma nota de repúdio nas redes sociais. O grupo disse que tem tomado cuidado para não transformar uma bandeira importante como o racismo em um instrumento de marketing pessoal.

– Para nós, a luta contra a discriminação e o preconceito de qualquer tipo é uma prática que vivenciamos todos os dias e não apenas em um discurso midiático. Por isso, apesar dos posicionamentos pessoais assumidos em nossas redes sociais, tomamos muito cuidado para não transformar uma bandeira tão significativa e ao mesmo tempo tão sofrida para tantas vidas, em um instrumento de marketing pessoal ou de um discurso desprovido de compromisso e de continuidade. Contudo, entendendo também nossa responsabilidade como figuras públicas e compreendendo o momento que vivemos e a urgência da causa, decidimos registrar aqui nossa posição enquanto Kemuel – Disse a nota.

O grupo deixa claro que sempre repudiaram o racismo, disse que estão unidos contra o crime e citaram nomes de algumas pessoas que foram mortas nos últimos dias para afirmar a união por justiça.

– Independente das postagens que já fizemos, individualmente, em nosso perfis pessoais. Sempre repudiamos o racismo e, neste momento, queremos nos unir publicamente a milhões de vozes que clamam por justiça pelas vidas do João Pedro, do George Floyd, do pequeno Miguel e de tantos outros. Basta! Aqueles que, de fato, têm uma fé centrada em Jesus Cristo, não podem assumir outra posição. Com seu impressionante e infinito amor, ao entregar Seu Filho, Deus nos devolve a identidade de filhos e nos desafia a sermos irmãos, a sermos todos um, “não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher”, pois todos somos um em Cristo Jesus – Disse.

O grupo finaliza a nota dizendo a importância da diversidade, pois segundo eles, contempla as riquezas de Deus.

– Ser um, não significa sermos iguais. É exatamente na nossa diferença, como nos membros de um corpo ou nos filhos de uma família, que se manifesta a multiforme graça e sabedoria de Deus. É exatamente na diversidade de tipos, dons e talentos que contemplamos toda a riqueza do nosso Deus e do seu ousado amor. Amor que não poupou seu próprio filho e que nos desafia a entender e estender ao outro a Graça que a todos abraça – Finaliza a nota.

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